sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Paciência

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára...

domingo, 20 de setembro de 2009

Em banho maria

Faz tempo demais que não apareço nesse blog. E ele parece estar em coma, ou em banho maria, pra menizar as coisas.
É que os blogs são espelhos dos blogueiros. E se digo que o blog está em coma, devo admitir que eu mesma, como dona, estou em coma.
E talvez dizer banho maria, seja um eufemismo tolo pro coma da alma que dorme, induzida ou naturalmente e pro cérebro também, que não produz, não reflete...
Mas parece que a vida é mesmo assim: tem momentos que ela flutua como um barco num mar de maré mansa, sem uma onda, sem um alto, sem um baixo...
E parece até que isso dá um certo quê de maturidade à existência.Ou de velhice. Afinal, são os bebês, as crianças, os adolescentes e os jovens que se empolgam por tudo e que sofrem exaustivamente por tudo. Os adultos, esses vivem. Vivem as alegrias sabendo que as tristezas chegarão. E as tristezas esperando pelas alegrias. Os adultos entendem que é assim mesmo, que as coisas, os relacionamentos não são como a gente idealiza quando brinca de casinha.
E esse blog anda assim, adulto.
Desde a última postagem, ele não foi promovido e nem demitido. Ele também não encontrou um outro blog pelo qual se apaixonar e nem teve um bloguinho. O blog não foi a nenhum outro lugar tão mágico sobre o qual falar.Esse blog também tem achado chato, demasiadamente chato, falar da vida das pessoas, sejam elas celebridades ou políticos e não anda tendo muito contato com o Dono pra revelar coisas do coração.
Talvez ele, como eu, esteja adulto. Talvez, como Diz, estejamos a ponto ser vomitados.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mônaco e Cusco

Eu lembro que quando visitei Mônaco o que mais me impressionou foi a geografia daquele país. Fincado ao sul da França, o principado se localiza entre montanhas e o mar. Lembro bem que estávamos em um carro vendo apenas montanhas cobertas por uma vegetação verde escura linda e eu me perguntava, em silêncio, quando chegaríamos em Mônaco. E quando eu menos esperava, chegamos. Eu já não esperava porque Monte Carlo não é vista por qualquer um. Porque é uma cidade que, escondida entre as montanhas, de repente se faz vista e escondida entre as montanhas, se esconde e se diferencia do resto do mundo. Mônaco se esconde por ser um dos lugares mais ricos e suntuosos do mundo. Porque lá, as ruas são lavadas, as senhoras passeiam seus cãezinhos em tapetes vermelhos, como nos contos de fada, e porque lá as flores floreiam o ano todo. Se esconde e esconde de si o resto do mundo, onde nem tudo são flores.
Há não tanto tempo atrás visitei uma cidade semelhante, ao sul do mundo.Também me impressionou o fato de que essa cidade foi edificada entre montanhas, que a protegem, a escondem, mas do quê? Acho que as montanhas de Cusco tentam, em vão, esconder o resto do país. É porque quem vai a Cusco, ao centro de Cusco, sente-se na Europa. Na Praça de Armas, as flores floreiam, os pombos comem comida nas mãos dos turistas e as ruas são limpas, quase tão limpas como em Mônaco. Nas ruas centrais de Cusco,também há animais de estimação e só sorrisos.Tudo são flores.
Enquanto Mônaco se esconde ou esconde de si o resto do mundo, Cusco tenta, em vão se esconder e esconder a pobreza do resto do país. Mas Cusco, de tanto ser ao sul, não consegue e tem, em si mesma, a pobreza, a sujeira e a doença que se esconde por trás dos morros. Lá, eles não foram tão eficientes em se isolar. O mal entrou. Mas a beleza permanece. E quem tem olhos pra ver, que veja!

sábado, 18 de julho de 2009

Tiñta e comunidades

Ha muito o que contar e as ideias estao um pouco desorganizadas, mas vamos la!
A verdade e que pra mim, o que maistem chamado atencao aqui no Peru e a pobreza. Aqueles que me conhecem um pouquinho sabem como meu coracao doi por ver pobreza, por ver criancas sujas, sem roupa, doentes, com as peles cortadas pelo frio e o nariz sangrando por isso tambem. Eu sempre penso no qto temos, no qto eu tenho e em qto mais podemos fazer por uma melhora no mundo.
Alem disso, me impressiona a garra das pessoas que trabalham o dia todo no frio, que trabalham ate a meia noite, um trabalho arduo, para que tenham muito pouco, materialmente falando. Ontem vi uma senhora lavando roupas em um rio, com uma agua congelante e esfregando suas maos com pedra, para poder tirar um pouco das casquinhas. Isso e simplesmente demais pra mim! E duro demais! E sofrimento aoextremo que corta o coracao.
As criancas se alegram tanto, tanto, com uma balinha, com um balao... e com um livrinho que conte sobre DEus entao...param tudo para ler. Os adultos tambem, sedentos por DEus, por paz interior, por alegria e esperanca, leem a biblia cheios de paixao e assim tambem louvam a DEus.
Mas e possivel ver em seus olhos uma melancolia carente. Olhos bacos que comunicam uma baixa auto-estima, uma falta de amor proprio que constrange. Nao se sentem dignos de sentarem a mesa para conosco comerem e nao gostam de ser fotografados. Alguns, nao deixam, aocontrario de nos, brasileiros, aparecidos, q ficamos fazendo pose pras lentes que nos acompanham. Penso como que, assim, por um lado, esses coracoes se aproximam mais de Deus enquanto os nossos, tao cheios de si, ao saem do chao, estao pesados demais pra voar.
Uma menininha chamada Damaris me olha atentatemente por horasa fio, observndo tudo que faco, depois, acho que de tanto pensar e de tanto se perguntar e nao obter resposta, se rende e me pergunta: Por que voce tem o rosto tao branco? Ate entao, pra ela nao existia gente assim no mundo. Que mundo bom o que ela vive, hein? Na ignorancia do racismo, das divisoes do mundo...
E uma mulher, caminha horas a fio, por varios lugares pra amar, pra sentar e descascar batatas com outras,aproximando-se, amando, mostrando a Cristo. A gente vai no cinema ou ajuda o outro a comprar um celular e a se omunicar com os atendentes que falam portugues muito rapido. Todos,a seu jeito, na sua historia, no seu habitat, trabsmitindo o amor de Deus.
E cansa o estar cercado por pessoas o tempo todo... e as muitas cores cansam os olhos tambem.Mas como dizem, ao menos algo ruim tinha que haver... Espero um dia so, um dia no silencio do vento e na palidez das montanhas secas.
E sigo, com vergonha do que sou, com amor no coracao e esperando a perfeicao que chegara, que enxugara dos olhos toda lagrima e que acabara com toda fome e toda diferenca. E com sonhos novos!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Segundo dia

Passado o primeiro dia! Ontem fui a igreja com a Geovane e comi batata recehada!Ta, gente, nem pense que e dessas brasileiras, nao! E uma massa de batata, recehada com carne e ervilha e frita. Sem sal, mas gostosa!
Hoje, o cafe da manha foi batata cozida com ovo cozido, comprado na rua, tipo churrasquinho de gato. Experiencia interessante.
A verdade e que, por enquanto, o que eu tenho feito aqui e praticar o desapego: das coisas que nos sao obvias e corriqueiras no Brasil, por exemplo, banho.
Alem disso, vale comentar a experiencia unica e emocionante que e voar sobre a Cordilheira dos Andes. Nao vi neve, mas pensar que aquilo estava, relativamente, tao perto e que e tao belo e que DEus, o Criador, e tao criativo, emociona. Da mesma forma me engasgo quando olho e vejo montanhas ao meu redor, por todo redor, aqui em Cusco. E uma emocao boa, de me alegrar na grandeza do Deus que criou tudo e que se relaciona comosco mesmo em sua toda gloria!
Uma emocao diferente e ruim e ver as criancas pobres, passando muito frio e as condicoes pessimas em que vive a populacao. Da pra contar nos dedos as ruas asfaltadas... as casas nao tem aquecedor e a agua e fria sem tanto. Fico engasgada de pensar nas criancas tendo que se lavar nessa agua congelante pra ir pra escola cedo. E nao tendo com que se agasalhar... E muito triste! Me corta o coracao pensar que elas conhecem nada alem disso e que vivem assim, de certa forma, sem esperanca. Por outro lado, parecem ter uma esperanca resultante da ignorancia e vivem feliz com o que tem. Nao sei.
Por enquanto a viagem tem sido isso. Estou ansiosa pela viagem a Tiñta depois de amanha. E por comecar a ter mais contato com as pessoas que vim conhecer e amar. Estou ansiosa pra viver e fazer aquilo pra que vim: viver o amor de Deus, por meio de Cristo e a restauracao que Ele traz.
Sera que um dia esse estado de ansiedade passa?
Enquanto isso nao acontece, a ansiedade nao passa e o trabalho social e missionario nao comeca, peco a Deus que me surpreenda em Sua graca.

domingo, 12 de julho de 2009

Pre Peru e en Peu

Cheguei hoje. Escrevo rapido so pra dizer que estou super feliz com os irmaos queridos que foram ao aeroporto se despedir de mim. A Marcinha ate me anunciou pra que eu voltasse pra dar um abraco.
E estou feliz com a familia doce com quem estou hoje, com a igreja e com a uniao que nasce em Cristo, mesmo tendo nos historias tao diferente.
Amanha encontro o resto do grupo e estou ansiosa pelo que Deus fara nesses dias.
E o espanhol, ta sofrido, mas espero melhora-lo ate o fim do mes.
Abracos a todos!

sábado, 11 de julho de 2009

Pré Peru IV

Por ora só gostaria de compartilhar a ansiedade preliminar sobre essa viagem.
A ansiedade de ver Des fazendo o que Ele faz de melhor: vindo Se mostrar e sarar e salvar!
A ansiedade de ver gente sofrida e de chorar por elas, com elas, talvez.
A ansiedade de conhecer um lugar diferente, com cultura diferente. A ansiedade temerosa das comidas e dos lugares: a Nair topatudo morreu há um tempo, já notei.
A ansiedade de ver minha própria vida sendo modificada
E de ver meu Senhor nos usando a despeito de toda fraqueza, erro, limitação.
É muita ansiedade!
Muita expectativa boa!
Agora, definitvamente, a próxima postagem, será de lá!
Hasta luego!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Pré Peru III

Sábado é hora de embarcar pro Peru.
Explico-me. Há alguns meses tomei uma decisão louca de fazer essa viagem com um grupo da igreja que irá fazer evangelismo e trabalho social. Me empolguei, comprei passagem e comecei a planejar. Afinal, sou assim, impulsiva mesmo. Depois de um tempo, comecei a repensar se deveria ir e entrei numa crise envorme. Sabe essas crises de o que vale a pena na vida? Então, elas me são frequentes companheiras e esse semestre não foi diferente. Mas a crise passou e numa decisão mais acertada e ponderada, resolvi persistir na viagem. O grupo já foi e agora é minha vez de fazer malas e me juntar a eles domingo.
Estou ansiosa e acho que ainda muito corrida com os compromissos a cumprir e com as malas por fazer que, assim, não tenho tido tempo de vislumbrar, de antemão, o que significará essa viagem. Mas tô feliz sem tanto!!!!! Feliz de viajar e de pensar que assim vou contribuir um pouco pra melhora da humanidade. Ansiosa por ver as crianças carentes e sorridentes, sofridas, com quem eu poderei conversar e brincar, pôr no colo e abraçar. Afinal, elas não merecem o mundo em que nasceram. Ansiosa por encontrar velhos sofridos, experientes e sábios também, com quem aprenderei coisas que esperto aprender e por vezes inesperadas, mas que modificarão minha vida.
Um ano atrás, um amigo meu me disse que a gente volta do Peru achando que essa vida burguesa, fútil e competitiva não vale a pena. Não foi bem assim que ele disse, mas foi assim que entendi. E acho que eu preciso disso. Preciso me esvaziar da burguesa tola que vive me mim. E me tornar uma ser humano mais compassivo e amoroso como antes. E mesmo que no Peru não encontre a cura eterna desse mal, sei que encontrarei umas gotinhas de humanidade com divindade que me darão um pouco de novo fôlego de vida.
Daí tem uma coisa de grupo também. Eu tô indo com um povo aí. Um povo que eu não conheço bem, com quem não tenho intimidade e com quem tenho muitas reservas. É um povo bom, melhor que eu certamente! Um povo que ama mais e que tem um mundo mais pronto e sólido que o meu, ou então, que finge melhor que eu. Mas eu, sinceramente, não acho que seja isso. Acho que eles têm uma paz do conformismo que é boa. Um povo doce que quer fazer o bem, que quer cumprir O chamado e ver vidas sendo transformadas. É um povo cheio de fé. Diante desse povo, prossigo, pequena, fraca, limitada e sem tantas convicções religiosas. Minha única convicção é a de que sigo, em obediência a meu Senhor. Mas também tô esperançosa de que com esse grupo aprenda e cresça em amor.
Além disso, tem um dia esperado em Machu Picchu. Será que vale a pena? Creio que sim. Meu chefe me disse que não tem graça ir no Machu Picchu sem beijar alguém lá, em meio à beleza do lugar. Não será dessa vez que beijarei alguém por lá. Mas também não tô sofrendo com isso. Aliás, adoro a expectativa de passar um dia num lugar tão cheio de significado sozinha, sem o barulho das pessoas ao meu redor, para que, só, pense na vida e ouça a Deus.Eu quero deitar no chão e sentir o vento frio. Olhar pro céu e viver o sol ou as nuvens o encobrindo. Quero olhar longe e ver. Admirar. Orar. Chorar. Rir. E mais do que tudo, eu quero Ouvir.
De uma forma geral, acho que será uma viagem esperada e também inesperada. Vou diferente. Não espero impactar as pessoas com minhas certezas religiosas e meus castelos de ferro. Eles não existem afinal e eu, a cada dia, me vejo mais fraca, limitada e sem o que ensinar. Vou pra aprender, pra amar. No começo desse ano, entre os desejos de Ano Novo, pedi uma coisa a Deus, que nesse ano, Ele me desse o dom de amar mais. Eu quero amar mais completamente e verdadeiramente, sem ciúmes, pacientemente.E continuo esperando isso de Goiânia ou do Peru. Desejo-me que ame muito, exageradamente, a todos aqueles a quem encontrar. E é só o que quero oferecer. E é só o que tenho a oferecer. E como criança, sigo, sabendo que muito posso aprender.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Pré Peru II - Leve esta luz

" Neste mundo escuro, nós somos a luz,
Esperança plena...
Como saberão, como saberão
Que Cristo os ama e morreu para salvá-los?

Leve esta luz!
Diga às criancinhas: Deus te ama tanto assim!!!!!!!
Leve esta luz!
Fale a todo mundo até que a noite vá!

Conte os milhares presos pelo pecado
Por dentro estão morrendo
Como saberão, como saberão
Que Cristo os ama e morreu para salvá-los? "

domingo, 28 de junho de 2009

Pré Peru

A partir de hoje, série de vídeos, textos e quaisquer outras coisas em homenagem à viagem gloriosa ao Peru. E aguardem o pós viagem!


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Issues

Este blog parece morto, não?' A maquinização do ser humano tem roubado minha alma, minhas reflexões e meus sentimentos. Num momento de desespero pela sobrevivência, tento escrever.
Compartilho o tema "Confiança" que tem sido uma questão e tanto ultimamente. Tá bom, no Sarney, como nos chineses, é fácil saber que não se pode confiar. Mas tem gente e situações tão mais sutis... Antigamente eu tinha um amigo em que achava que podia confiar cabalmente. Descobri que não, que ele não faz por merecer... e nos desconhecidos, ou nos récem-conhecidos, será que posso? É saudável acreditar em quem lhe diz o que quer ouvir? Desculpe-me, isso é simplismente demais pra mim e eu, gloriosamente, desconfio.
Outro dia assisti um filme que tratava de um assunto profundo e ligado à confiança, um dos melhores filmes que já vi: "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças". No momento em que o relacionamento amoroso de um casal se desfacela face às desconfianças e discussões, os personagens do filme são submetidos a um processo de mortificação da memória para que esqueçam certas pessoas e tudo o que com elas viveram. Mesmo assim, no fim e pra alimentar o romance, os protagonistas, obviamente, se reencontram e recomeçam a se amar como se impossível fosse fugir do amor e dos sofrimentos que ele traz. Me peguei pensando quantos momentos já não quis uma mente sem lembranças. Agora mesmo queria ausência das lembranças doídas que me afastam dos outros. Mas no fundo, gosto tanto de desconfiar, de ficar com os pés atrás e de ficar longe...Mas então, como uma mente sem lembranças brilha sempre?E esse brilhar eterno se deve, na verdade, a uma ausência falsa de lembranças.Sem lembranças, ainda que inconscientes, não há vida!
E como é que vou confiar nos outros se nem em mim sei ao certo se posso? Se me olho e vejo inconstâncias constantes e dúvidas cruéis?
Assim, prossigo.
Prossigo indo ao Peru, sem confiar em meu desejo e minhas escolhas.
Prossigo conhecendo, sem confiar no que ouço e no que vejo.
Prossigo, tateando o presente que consigo ver, à espera do futuro de que desconfio.
E acabo esse texto aqui, desconfiando da minha capacidade pra escrever. Um pouco de autocrítica ainda me resta: que textinho terrível. É que a vida anda me bestializando. Preciso de uma dose intensa de amor pelos outros, por Deus e pela existência pra voltar a me inspirar. E ao menos nisso, eu sei, posso confiar.

domingo, 7 de junho de 2009

Várias coisas

Faz tempo demais que não escrevo nesse blog e desde nosso último encontro tanta coisa aconteceu!!!!!! Há muito o que comentar e contar.

Primeiro, é necessário lembrar o cuidado constrangedor de Deus que conserta as coisas erradas que a gente faz, às vezes. Comigo foi assim no serviço outro dia desses: eu, com vergonha de pedir que Ele me ajudasse porque ando uma filha muito sem vergonha, fui ajudada e acabei com mais vergonha ainda.

Segundo, um avião caiu por aí, apertando o coração achando que uma amiga queridíssima estivesse a bordo. Felizmente não estava. mesmo assim, não deixa de ser um acontecimento esquisito nesse mundo cheio de esquisitices.E estou certa de que esse, como outros tantos acontecimentos da vida, não nos deixa explicação que aqueça o coração.

Terceiro, egoisticamente falando, andaram acontecendo umas brigas, discussões, mal entendidos. Umas foram necessárias, eu acho, pra eu compreender a importância de minhas palavras e a me impôr limites. Outras, absurdamente desnecessárias e infantis, que só me ensinaram a me manter onde estou e a decidir o que realmente vale a pena ser cultivado. Me lembrei de uma frase que uma amiga me disse há um tempo: "Cada um tem de você, Nair, exatamente aquilo que cativou. Cada um tem de você, o sabor doce ou amargo de ter te cativado." Mas o fato é que tem gente conseguindo me descativar, se é que essa palavra existe e se não existe, me dou o direito de criá-la nesse momento.

Quarto, Goiânia não foi escolhida como sede da Copa de 2014. Preferiram levar os gringos pro calor de Cuiabá e pra sequidão de Brasília. Fair enough! Afinal, por mais que adore esse meu estado e a propaganda que o governo faz dele, a decisão não passa nem perto de ser minha.

Quinto, o Peru está chegando e com ele, o frio. Essa semana fez frio intenso em Goiânia, gostosura pura! E eu fiquei leve e feliz sem tanto com o frio e com meus empregos, meus alunos, meus chefes...

Sexto, as Coréias estão em iminente guerra para que todos sejam perdedores. E a China...continua sendo amiga de ninguém e escravizando criancinhas.

Sétimo, tá tudo bem. Tudo extraordinariamente bem, alienamente bem, individualmente bem. Por vezes, a alienação e o desligar-se dos outros e de seus problemas e escolhas faz um bem danado pra qualquer alma.

Oitavo, e último, mesmo que minha alma mais profunda me diga que isso é loucura, cultivo relacionamentos novos, inesperados e até então improváveis.Há muito perdi o medo que sentia dos diferentes, dos opostamente diferentes e aliás, isso agora me atrai. E me digo, diariamente: é só por um tempo. Não mesmo pra vida toda!Afinal, o que é a vida toda?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Rede Gobo e o Evangelicalismo Brasileiro

Sinto-me obrigada a comentar a série de reportagens que a Rede Globo está trazendo ao ar, essa semana, sobre o evangelicalismo brasileiro.
Veiculadas no Jornal Nacional, as reportagens focam nas obras de cunho social que as igrejas evangélicas sustentam para melhorar o país. São reportagens que mostram parte da realidade e que não denigrem a imagem dos evangélicos brasileiros. Além disso, apresentam uma abordagem histórica fiel e interessante já que esclarecem a muitos telespectadores as origens das igrejas protestantes. Assim, além de informativas, têm um cunho educativo e que retifica a postura anterior da emissora.
A verdade é que fiquei surpresa ao ouvir a manchete ontem. Isso porque, por muito tempo, toda a imprensa brasileira deturpa, num reducionismo cego, a presença evangélica em nosso país. Falo isso porque, até então, observava o ignorar constante de eventos evangélicos e sempre a defesa do catolicismo e o enfoque da Igreja Romana na cultura brasileira.Falo isso porque, até então, observava, quando não o ignorar, a clara zombaria e o notável partidarismo, totalmente desprovido de imparcialidade e justiça.
Assim, manifesto aqui a surpresa e a alegria com as reportagens que estão sendo feitas. E espero que medidas assim se tornem cada vez mais frequentes, não como uma apologia dos evangélicos, mas apenas como demonstração de justiça e fidelidade a todos e como demostração do que é a verdadeira fé cristã, que não se traduz por perigrinações alheias a santuários humanos, por padres pedófilos, nem por mercenários que enganam a população usando aquilo que essa tem de mais frágil.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O que importa?

Esse tem sido um momento de questionar a vida, as escolhas feitas, a serem feitas, as prioridades... e isso é sempre difícil. Você não acha?
Outro dia ouvi num filme lindo, sobre Jane Austen, uma mãe dizer a uma filha: "Amor é desejável. Dinheiro é indispensável" O pai, na mesma linha de raciocínio, disse: "Nada destrói mais o espírito humano que a falta de dinheiro". Como você deve imaginar, o cerne da questão era que a mocinha, Jane Austen, queria viver um grande amor com um advogado pobre. No fim da história, verídica, ela o deixou porque se ficasse com ele para viver o amor que queriam, a família dele perderia o único sustento que recebia. E então, eles se separaram e, como se sabe, ela nunca mais amou.
Pus essa frase no msn e minhas alunas, adolescentes, sonhadoras, inocentes e platônicas, ficaram indignadas dizendo: "Teacher, você não pode pensar assim!De nada adianta ter dinheiro se não se tem com quem desfrutá-lo." A reação era previsível. Se você quer causar um choque em uma adolescente, fale que o amor não importa tanto assim. O que minhas alunas são incapazes de entender, em sua idade e maturidade, é que nem todos os dilemas da vida dizem respeito ao amor eros, ou ao amor filia, ou ao amor fraterno.
Me pergunto a profundidade e veracidade de versos que sempre pus como primordiais guias em minha vida: "O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males"."Mais vale o ser estimado que o ouro e a prata" E acho difícil conciliar isso com a vida que sempre tive,que sempre aprendi a ter, que vejo ao meu redor e que salta aos olhos em vidas, vitrines, estacionamentos, orkuts...
Vale a pena viver fazendo o que se ama, sem ter o que se quer? Existe felicidade sem dinheiro? Não é romantismo demais supor que se pode amar e viver o amor por uma pessoa com quem não se pode sonhar com a Europa, e com uma escola bilíngue pros filhos? Será impossível conciliar tudo isso?
Afinal, o que é que realmente importa na vida?

Um conselho: se você não sabe a resposta, não peça ajuda aos universitários: eles são ainda jovens demais, passionais demais pra que suas respostas sejam dignas de confiança. Também não peça ajuda aos religiosos: eles têm respostas prontas e incoerentes com a vida real demais. Não consulte um capitalista: ele precisa de dinheiro para que sua verdade exista. Não consulte um comunista também, pela mesma razão. E nem uma pessoa em seu leito de morte: essa, por sua vez, estará num momento muito crucial para dosar bem razão e emoção. Um velho frustrado, te dirá que nada vale a pena. Um realizado, por sua vez, dirá que tudo vale a pena.

Eu não sei quem você deve consultar, mas quando descobrir, me procure por favor! Talvez você seja a pessoa a quem eu devo pedir ajuda!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dispensável

Pudesse eu escolher meus dias como escolho açúcar pro leite, dispensaria o dia de hoje. Dispensaria os erros cometidos, as percepções doídas, o sol, o sono e as dúvidas, as muitas dúvidas.
Mas nem isso eu dou conta, de dispensar um dia da vida!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Um breve comentário

Hoje tem show do Victor e Léo aqui em Goiânia, agorinha, há poucos kilômetros da minha casa e eu não vou.
Não porque é brega e eu n tenho coragem de admitir que vou a um show brega.
Mas porque não faz sentido. Quando fazia sentido, eles não vieram aqui.
E Victor e Léo é uma dessas coisas que marcam época, mas não eternizam.

Custa ser sexy?

E a primeira dama Michelle Obama foi eleita uma das mulheres mais sexys ( Ai, meu deus, como se escreve isso? Mas todo mundo entendeu, né?!)do mundo, ou dos EUA, ou das Américas, sei lá.
Aí eu penso: Curioso! Acho que é isso o que realmente importa numa primeira dama! Claro, como não havia pensado nisso antes: uma primeira dama, sobretudo de um dos países mais importantes do mundo tem que ser sexy. E isso é tão óbvio que temos aí, no mesmo time, Carla Bruni da França e a falecida Diana que dispensa comentários.
Aí eu penso: talvez por isso o Brasil não sai de onde está!
Coitado do Lula, ele tenta: viaja o mundo, consegue investimento chinês pra Petrobrás, tráz o líder IRANIANO, faz alianças com socialistas e com capitalistas, visita a Arábia Saudita... e o país não sai do lugar, não sai do chão.
É isso!!!!!!!!! Nossa primeira dama não é sexy!


Dona Marisa, a senhora não acha que poderia investir mais em sua beleza pessoal, fazer uns liftings, lipo, mudar o corte de cabelo, usar lentes azuis e não usar apenas um capuz pra tampar a cabeça na Arábia Saudita? Ficaria mais sexy e ajudaria nosso querido Brasil.


Afinal, é inútil e fútil ter uma primeira dama que faça jus ao cargo de outra forma, que seja inteligente, brilhante, pró-ativa, articulada e que auxilie o presidente. O que importa mesmo é a sensualidade!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dia Mundial Contra a Pedofilia e o Abuso de Menores

Sexta-feira passada, frustrada por não poder assistir a um filme que tinha planejado, sentei-me para ver Globo Repórter e me chocou a inovação do tema. Aquele programa, que normalmente só fala de árvores e animais, resolveu tratar do ser humano. Resolveu falar dos inúmeros casos de pedofilia e abuso infantil no Brasil.Agora, percebo que a razão de tal abordagem se deve ao dia de hoje, ou de ontem, já que passa da meia noite.
Acabei de ver um filme que aborda tema semelhante: o tráfico de mulheres. Pode-se dizer que trata do mesmo tema já que a personagem central é uma menina de 17 anos, o que a coloca, para a sociedade, como menor e não como mulher.
Parece-me, então, que esse assunto está em voga. E acho isso deprimente. Acho deprimente criarmos um dia pra manifestarmos que somos contra isso. E, com tal enfoque, banalizarmos um assunto tão sério.
Mas acho que no fim das contas o que me deprime mesmo é a humanidade, o ser humano. Me pergunto até onde iremos e o que mais violaremos, além de nossos filhos. Me pergunto que futuro podemos esperar de uma infância e adolescência violada, mutilada, machucada...
E aquilo que parece ser um ato de heroísmo e pró-ativismo no combate a práticas tão vis, me soa, de fato, como covardia, como irresponsabilidade e como "conversa pra boi dormir".
Até onde saiba, a criação de um dia solene em memória dos mortos, não os traz de volta. E a criação de um feriado em homenagem aos trabalhadores, nunca mudou seu estado de opressão e dependência. Pelo contrário, nos esquecemos dos mortos durante o ano todo, vindo a lembrar deles apenas em 2 de novembro e o mesmo acontece com os trabalhadores, citando apenas alguns exemplos.
Assim, o ato "digno" e "louvável" e "invejável" de se criar um dia contra a pedofilia, em vez de me alegrar a alma e acrescentar dias de vida a meu doente coração, me causa náuseas e arritmias prolongadas.
A tendência agora, é de nos esquecermos das crianças violentadas diariamente para então, daqui a um ano, ouvirmos números, estatísticas, depoimentos de mães e vítimas. Daqui a um ano, nos emocionaremos, ficaremos impactados pelas histórias tristes e esperaremos calados o próximo 18 de maio. Ou então o próximo 12 de outubro, quando, se Maria deixar, citaremos o fato de que a infância de muitos tem sido roubada em nosso país.
Eu sinto vergonha de mim e do resto da humanidade toda! Vergonha de nossa hipocrisia e de nossa maldade! Vergonha de nossa sujeira e da podridão que vejo em nós, em todos nós.

Aí, como se não tivesse nada ver, converso hoje, antes de ver o filme, com um conhecido, sobre o enfoque indiano no cinema e na novela brasileira. A novela banaliza e faz uma caricatura da vida naquele país, entorpecendo a sociedade brasileira que, agora, se vê envolta em roupas, comidas e jargões do Oriente. E isso também me deprime.
Será que há esperança? Será que algum dia deixaremos de nos enganar e faremos algo verdadeiro pra mudar nossa realidade? Talvez.
Mas sei lá,enquanto a gente quiser assistir "Caminho das Índias", ter um Pajero Full e chorar por causa do cabelo cinza, as coisas vão continuar como estão. Enquanto a gente achar que criando um dia estamos fazendo nossa parte, nada vai mudar. Enquanto a gente quiser se enganar, o futuro irá se dissipar. Enquanto...

... deixa eu ir dormir que amanhã o cabelo cinza me espera pra mais uma lavagem. E "Caminho das Índias" pra mais um episódio. E o Pajero Full pra mais uns centavos na poupança. E é isso que me deprime!

Vou dormir em paz! E crianças durmam em paz! Estamos quites sim? Dei-lhes um dia em troca de uma consciência menos conturbada. Na verdade, acho que vocês me devem uma: dei-lhes um dia e um texto. Não digam, jamais, que nada fiz para que deixassem de ser violadas!

sábado, 16 de maio de 2009

Interessante

Regras:

- Falar 6 coisas deliciosas na vida;
- Postar as regras para que os outros as repassem;
- Inserir o selinho que você recebeu;
- Escrever uma frase, citar um título ou contar uma historinha sobre 6 assuntos nos seguintes segmentos: vida, cinema, literatura, viagem, amor e sexo.


6 coisas deliciosas na vida: me sentir limpa; a Maria Luíza aos 2 anos e meio; rir até passar mal com a família e/ou amigos; passeio no parque no fim de tarde; uma noite bem dormida; ver e ouvir o mar na primavera européia.


O selinho era de blog delícia, que não recebi. Copiei essa mensagem de um blog que visitei porque achei interessante.


- VIDA – Longa demais pra mim. Talvez comece aos 40 ou aos 30.

- CINEMA – Fundamental pra alimentar as fantasias e realidades da existência.

- LITERATURA – Kundera, García Marques, Saramago, Machado de Assis, Austen e Camus. Além da bíblia, em sua fase fábulas.

- VIAGEM – Só vale a pena se a alma não for pequena. Um privilégio a ser desfrutado entre pares. Viajar com gente diferente de você é a pior experiência que pode existir.

- AMOR – Alforria.

- SEXO – Gosto. Preciso.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A alma e o corpo

Chutando paredes em meu interior
Porque dói demais
E as emoções não acompanham a razão
E porque,no fim das contas, eu sou só uma criança querendo o leite da mãe, egoísta, mimada, nervosa e birrenta
A alma imoral, não acompanha o corpo de mulher
O corpo,moralizado, impossibilitado de chutar paredes e dar birras, teme sua extinção se obedecer à imoralidade da alma, mas não deixa barato
Então não durmo,
As pernas não param, inquietas mesmo sob o reclame alheio,
E o grito preso, é liberado em choro
Assim me revelo
E anseio um só encontro, um só momento
Aquele quando não mais haverá dualidades
Em que verei e me verei como sou vista
Verei alma e corpo em paz um com outro
E com os outros
Chega de guerra!
(Nos relacionamentos, como nas guerras, ao chegar o fim, todos saem perdendo)
E que venha o começo,
Sem paredes e sem dores!

terça-feira, 12 de maio de 2009

"Fé" vs. Fé

"É preciso analisar a palavra fé, admitindo que ela pode significar duas coisas completamente opostas.
Imaginemo-nos subindo os Alpes, e que, ao atingir o topo escarpado da rocha, subitamente um nevoeiro baixasse sobre nossas cabeças, o guia se virasse para nós, dizendo que o gelo está se formando e que não há esperança; antes de amanhecer, congelaríamos até a morte lá mesmo na encosta da montanha. Simplesmente para manter-nos aquecidos, o guia nos mantém andando no nevoeiro denso cada vez mais além da encosta, até que nenhum de nós tenha qualquer idéia de onde estamos. Depois de uma hora aproximadamente, alguém diz ao guia: “Suponha que eu tropeçasse e caísse em uma saliência, alguns metros abaixo do nevoeiro, o que aconteceria?” O guia responderia que ele poderia sobreviver até a manhã seguinte e, assim, escaparia com vida. Assim, sem absolutamente nenhum conhecimento ou qualquer razão para sustentar sua ação, um dos membros do grupo acaba pulando e cai no nevoeiro. Esta seria uma espécie de fé, de salto de fé.
Suponha porém que, depois de termos explorado a encosta, no meio do nevoeiro, com gelo acumulando-se na rocha, tivéssemos parado e ouvido uma voz dizendo: “Vocês não podem ver-me, mas eu sei exatamente onde vocês estão pelas suas vozes. Estou no outro pico. Tenho vivido nestas montanhas, homem e menino, há mais de 60 anos, e conheço cada metro quadrado delas. Garanto que há uma saliência dez metros abaixo de onde vocês estão. Se vocês pularem, poderão passar a noite ali, e eu os apanharei pela manhã”.
Eu não saltaria de imediato, mas faria perguntas a fim de tentar certificar-me de que o homem soubesse do que estava falando e de que ele não fosse nenhum inimigo. Nos Alpes, por exemplo, eu poderia perguntar pelo seu nome. Se o nome alegado fosse de uma família da região das montanhas, isso seria um dado importante para mim. Nos Alpes Suíços há certos nomes de família que caracterizam as famílias montanhesas da região. Na minha situação desesperada, mesmo que o tempo estivesse se esgotando, eu lhe faria todas as perguntas importantes e suficientes, até ficar convencido das suas respostas, só então eu saltaria.
Isto é fé, mas obviamente este conceito não tem nada a ver com aquele outro uso da palavra. O fato é que se chamamos de fé a alguma dessas coisas, já não poderíamos chamar a outra pelo mesmo nome. A fé do Cristianismo histórico não é sinônima de “salto de fé” pelo simples fato de que Ele não está em silêncio, e eu sou convidado a fazer perguntas adequadas e suficientes e depois acreditar nEle e curvar-me metafisicamente diante dEle, ao ter a certeza de que eu existo, porque Ele fez o homem, e curvar-me moralmente diante dEle, como alguém que sabe que precisa desesperadamente da sua providência, através da morte substitutiva, propiciatória de Cristo." (Schaeffer, Francis. O Deus que se revela)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Cristianismo esquisito

Mexendo no orkut de um amigo meu encontrei a seguinte comunidade "Não somos evangélicos, somos presbiterianos". Daí, como presbiteriana e curiosa, entrei na comunidade e verifiquei os fóruns e discussões.E até agora estou um pouco sem palavras pra expressar o que li.
Acho que a comunidade deveria se chamar " Não somos cristãos, somos presbiterianos" Porque todo, ou quase todo, o conteúdo da comunidade é crítica a outras igrejas e a outros costumes,farisaísmo e falta de ponderação bíblica.
Um dos tópicos, intitulado "Nós não fazemos" merece especial destaque. As pessoas se dão ao trabalho de postar mensagens dizendo que os presbiterianos não batem palmas e não jejuam e não dizem aleluia, como se tais abstinências fossem motivos de alegria e não de choro, como se tais abstinências fossem bíblicas. Como não pude postar na comunidade, exponho aqui o que esses tais presbiterianos não fazem: eles não são modificados pelo agir de Deus e não vivem a liberdade que há na fé cristã e eles não fazem uma diferença positiva no mundo.
Falo isso porque sou presbiteriana e porque cresci em uma igreja em que as pessoas pensavam exatamente assim e se degladiavam por causa de legalismos inúteis, farisaicos, que nada se assemelham ao Cristo vivo, homem-deus. Cresci numa igreja que ensina as crianças todas as histórias da bíblia sem mostrar-lhes por que elas e todos os seres humanos precisamos de Deus, na pessoa de Cristo. Cresci numa igreja que por causa da forma, em detrimento do conteúdo (como a comunidade no orkut), tem hoje pouquíssimos membros, os mesmos de quando saí de lá, e se orgulha em contar que fechou o ano com um saldo positivo no caixa, enquanto o Brasil e o mundo precisam de dinheiro pra que a Palavra seja anunciada. Eu queria perguntar pros orkuteiros da comunidade se na Presbiteriana deles é diferente.
Falo isso porque ainda hoje sou Presbiteriana e frequento uma igreja onde não concordo com tudo, mas onde permaneço porque acredito que em meio às diferenças dos meus irmãos, posso crescer e ajudá-los a crescer. Falo isso, porque antes de ser Presbiteriana, tenho em meu coração o Ser como Cristo que me faz discordar, mas me humilhar. Falo isso, porque sei que sou eu igreja.
O pior é que se parar pra pensar e observar, veremos que isso acontece em quase todas as igrejas. E que outras igrejas se orgulham de não ser presbiterianas e de bater palmas, orar em línguas no culto, etc.
Daí eu me pergunto: que cristianismo é esse, meu Deus? Que tristeza atinge meu coração quando vejo as pessoas mais preocupadas em defender uma denominação do que em defender sua verdadeira bandeira que é Cristo. E que nesse processo se perdem nas verdades bíblicas, ignorando-as, escamoteando-as, deturpando-as. E que nesse mesmo processo, se apegam a números, orgulhando-se deles.
Parece-me que Cristo ensinou condutas tão diferentes! Não era pra gente não olhar a ferpa no olho do outro? Não era pra gente entender que há diferentes dons e que Deus os distribui conforme Seu querer, entre os que são Seus? Não era pra gente ser luz? Não era pra gente ter como mandamento maior amar a Deus e ao próximo? Não era pra gente ser misericordioso, pacificador, moderado e cheio do Espírito Santo?

Ai Ai Ai! Só sei que assim, um dia, de tanto bater, meu coração vai parar!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Relações Internacionais

E a Secretária de Estado Hillary Clinton pediu desculpas por um bombardeio engano dos EUA no Afeganistão que matou mais de 100 civis.
Os EUA, em busca do seguidores de Osama Bin Laden (sim, eles não desistem de encontrá-lo)bombardearam um vilarejo e mataram muitas crianças e mesmo adultos, inocentes, que nada tinham a ver com a Al-Qaeda.
E a primeira dama caucasiana de olhos azuis, dominante, pediu desculpas, porque foi engano.
E as desculpas dela,claro, trouxeram de volta o vilarejo e as centenas de pessoas que foram mortas. Suas desculpas fizeram cessar o pranto das famílias enlutadas.
E porque pediu desculpas, certamente ela, nem os EUA, será processada em instância alguma.
Maquiavel, Morgenthau e outros realistas riem diante disso.
E meu coração, de tanto bater, um dia para.

domingo, 3 de maio de 2009

Fim de feriado

O feriado prolongado termina com:
um cabelo novo,
acho que uns gramas a mais,
o negócio sem pegar fogo do lado de lá,
eu, com um super peso de consciência porque torci pra que pegasse fogo,
homework corrigida,
saudade da infância na Goiabeira,
vontade de voltar pra lá,
certeza de que isso é loucura,
incerteza sobre o que fazer do futuro,
a espera do próximo feriado,
notícias tristes na família,
gripe suína sem chegar no Brasil, porque o Lula e sua equipe são os salvadores da humanidade,
eu, de volta a Goiânia,
e a preparação pra segunda de amanhã.

Assim, ciclicamente!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Feriado

Eita, vida difícil! Esse feriado foi sono e sono. Acordei tarde, dormi à tarde e a noite me espera, muito bem acompanhada.
Um paradão danado aqui, unhas feitas, papos engraçados e o negócio pegando fogo do lado de lá.E o pior, confesso, é que tô torcendo pra pegar fogo mesmo.
Ruim é só não estar com uns amigos legais por perto, mas tá bom assim, pelo menos eu tô dormindo e tô acompanhada.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O Cristianismo burro no Brasil

Com todo respeito, verdades sejam ditas.
Cheguei à conclusão de que o catolicismo no Brasil é um burro, um jumento. E por isso mesmo tem perdido público, pra não dizer fiéis, pra igrejas tão cristãs quanto, mas com enfoque diferente. E igualmente burras são essas igrejas.
Explico-me.
Num país em que as famílias são desestruturadas e em que o número de mães solteiras é enorme; num lugar onde os poucos pais que existem, muitas vezes fogem de seus filhos ou deles são obrigados a se afastar para ganhar algum dinheiro; e onde no fim das contas as pessoas crescem com mães, avós, tias e irmãs, o povo não tem carência de mãe e, portanto, de Maria. Pra que enfatizar tanto a pessoa de Maria como se ela tivesse sido qualquer coisa além de humana? Os brasileiros já tem marias em casa. Não precisam de mais uma!
Algumas igrejas que se intitulam evangélicas, muito mais espertas, observaram isso. Viram que num meio de filhos da mãe, o que chama a atenção é o pai e passaram a explorar a idéia do Deus Pai, como se só isso ele fosse.Atraíram e tem atraído milhares de filhos da mãe que buscam um pai e que, inconsciente ou conscientemente, passam a transferir para Deus todas as fantasias de pai que sempre tiveram. Mas também não do pai fantasia, super-herói que eles precisam.
E é isso que sustenta os dois tipos de igreja. Os filhos sem pai, que odeiam o pai e que o veem como inacessivel, ficam ali, adorando, venerando a mãe. Já os filhos sem pai, que sempr sonharam com um e que sempre fantasiaram um, vão ali, venerar o Pai.
De qualquer forma, é burrice. De qualquer forma é mentira. De qualquer forma é idolatria.
Os primeiros idolatram Maria e precisam dela pra se chegar a Deus, ou seja, não são de fato cristãos, não precisam do Cristo morto e ressurreto. Os segundos idolatram o deus que eles mesmos criaram, o deus paizão a quem eles não devem nada e com quem querem ter uma relação profunda. Nem por isso são cristaos fiéis também. Eles também não precisam de Jesus, tem por si só e por sua carência livre acesso ao pai que criaram.
Graças a Deus não só de um cristianismo burro o Brasil se faz. Graças a Ele, que é Pai, mas também Justo, Soberano, Senhor, Santo, graças somente a Ele, há também um outro tipo de brasileiro: filho de pai e mãe, filho da mãe, filho do pai, filho de ninguém, mas que sabe que independente se sua história familiar terrena, há o Deus Eterno, por meio de quem todas as coisas foram criadas e para quem todas as coisas existem. Só nesse terceiro cristianismo, a palavra tem real significado. Só conhecendo a Deus e a Maria como eles realmente são, Cristo cumpre seu papel. Só assim, precisamos de Cristo não para cobrir nossos traumas ou para fugirmos deles. Só assim, precisamos de Cristo para vivermos para Aquele que nos criou.
Espero que um dia eu escreva outro artigo,falando de um cristianismo menos burro e mais cristão que domina o Brasil.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Uma carta de amor

Você,

Queria ouvir: Eu amo você!, sem medo.

E,dizer, sem medo.

E em decorrência das duas falas, usar os pronomes de primeira pessoa do plural: nós, nosso, conosco.

É tão melhor serem dois que um! Que muitos! Que nenhum!

É melhor sermos eu e você! Só eu e só você!

Inevitavelmente apaixonada,
Nair

domingo, 26 de abril de 2009

Uma adolescência vazia de si

Essa postagem é pra meu desabafo em relaçao a adolescencia desses últimos anos. Na minha época, parece que a gente nao era bem assim. Talvez eu nao era e nunca tenha sido assim.
Mas observo com pesar que a geracao que está se formando e que hoje se encontra com mais de 10 e menos de 20 e poucos anos é uma adolescencia ao mesmo tempo cheia e vazia de si.
Digo isso porque tenho estado incabulada com a razao de ser dessas pessoinhas. Parece, a meu ver, que tudo o que procuram é tirar fotos pra por no orkut e expor suas vidas pessoais ao mundo inteiro. Os orkuts estao sempre cheios de fotos de todas as situaçoes de suas vidas e de depoimentos emotivos e recados que relatam até brigas.
Outro dia fiquei sabendo de uma adolescente linda, prestes a completar seus quinze anos, que abolirá de seu baile de debutantes as tradicionais quatorze moças, amigas, que dançam a valsa com quatorze moços, amigos. Ao perguntar o porquê dessa escolha, ouvi que ela nao de sentiria a vontade se, em seu baile, em sua noite, qualquer outra moça tomasse os olhos que deveriam ser seus. Eu nao disse nada, mas dentro de mim, pensei: que vazio é esse que a faz competir com suas próprias amigas? Que falta de força interna é essa que a leva a achar que, mesmo que todos os olhos nao estejam sobre ela, ela nao é amada? Nao falei nada e me entristeci.
Além disso, recentemente um aluno meu me falou de um site, que seria parecido com um blog, em que os adolescentes postam tudo o que estao fazendo, querendo e pensando naquele momento. É como se fosse um blog que é atualizado a todo momento e que serve, basicamente, pra se mostrar. Isso me preocupa bastante.
Será que sempre foi assim e eu que nunca notei? Ou será que esse tipo de comportamento é reflexo de famílias desestruturadas em que os pais trabalham fora o dia todo e as crianças e adolescentes nao tem com quem conversar, com quem desabafar, a quem se mostrar? Será que esse excesso de exposiçao nao se deve também a uma carência de si, de identidade, que os faz buscar fundamentar seu ser na compreensao e visao que os outros tem de si?
Nao sei ao certo. Nao tenho respostas para nenhuma dessas perguntas e apenas vagos sinais que me levam a pensar assim. Mas sou profundamente critica em relaçao a esse comportamento, a construçao de identidades assim.
Vislumbro um futuro de jovens adultos imaturos, que usam os outros para seu prazer e até quando precisem, como fazem com objetos de uso pessoal. Nesse mesmo futuro, haverá líderes de naçoes, médicos, advogados, professores e quaisquer outros cidadaos que nao conhecem a si e que, na busca desenfreada por si, deixam suas vidas pessoais e públicas a mercê da opiniao alheia. Esse futuro também terá como característica cidadaos essencialmente egoístas e imediatistas que nao sabem suportar o sofrer e nao ter o que querem e que, para chegar onde querem, fazem qualquer negócio. Sobretudo um futuro de gente que faz qualquer coisa pra ser vista e elogiada e gente que desonhece o agir e o ser por uma motivaçao pessoal, eterna. Gente que nao sabe a diferença entre ter, agir e ser e que por isso mesmo, nao é.
Você quer um futuro assim?
No, thanks.

sábado, 25 de abril de 2009

A potência sem manual

Um comentário breve sobre o artigo da Revista Newsweek que explora a emergência do Brasil como uma ilha de sólida democracia de livre mercado, estabilidade e Estado de direito, em meio ao mar de tormentas da América do Sul.Além disso, ressalta a estratégia histórica tupiniquim de conter inimigos e firmar pilastras por meio da diplomacia e nao de tanques de guerra, solidificando-se como líder regional e exemplo pra outras potências emergentes em questoes econômicas.
E termina dizendo:


"Isso pode ser política de risco. Mas as apostas estão nos brasileiros. Sem um manual para se tornar uma potência global, o Brasil de Lula parece estar escrevendo o seu próprio manual"

Concordo: isso pode ser política de risco! Deixemos o Lula tentar! No entanto, parece que este é o destino a que estamos fadados: a existência irracional, mas humana, sem manual. A mesma existência, em seu tanto medíocre, que nos trouxe até aqui e que o levou até onde está.

Fazendo o que faço melhor

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Just for laughing

This story deals with a rather old fashioned lady, who was planning a couple of weeks vacation in Florida. She also was quite delicate and elegant with her language. She wrote a letter to a particular campground and asked for reservations. She wanted to make sure the campground was fully equipped but didn’t know quite how to ask about the “toilet” facilities. She just couldn’t bring herself to write the word “toilet” in her letter. After much deliberation, she finally came up with the old fashioned term “Bathroom Commode,” but when she wrote that down, she still thought she was being too forward. So she started all over again; rewrote the entire letter and referred to the “Bathroom Commode” simply as the “B.C.”. Does the campground have its own “B.C.?” is what she actually wrote.

Well, the campground owner wasn’t old fashioned at all, and when he got the letter, he couldn’t figure out what the lady was talking about. That “B.C.” really stumped him. After worrying about it for several days, he showed the letter to other campers, but they couldn’t figure out what the lady meant either. The campground owner finally came to the conclusion that the lady was and must be asking about the location of the local Baptist Church. So he sat down and wrote the following reply: “Dear Madam: I regret very much the delay in answering your letter, but I now take pleasure of informing in that the “B.C.” is located nine miles north of the camp site and is capable of seating 250 people at one time. I admit it is quite a distance away if you are in the habit of going regularly, but no doubt you will be pleased to know that a great number of people take their lunches along, and make a day of it..... They usually arrive early and stay late. The last time my wife and I went was six years ago, and it was so crowded we had to stand up the whole time we were there. It may interest you to know that right now, there is a supper planned to raise money to buy more seats.....They plan to hold the supper in the middle of the B.C., so everyone can watch and talk about this great event.....I would like to say it pains me very much, not to be able to go more regularly, but it is surely not for lack of desire on my part....As we grow older, it seems to be more and more of an effort, particularly in cold weather..... If you decide to come down to the campground, perhaps I could go with you the first time you go ... sit with you ... and introduce you to all the other folks. ... This is really a very friendly community.





E depois as pessoas nao entendem porque eu sempre quis fazer letras e nao se conformam com o fato de que eu amo as letras, as palavras, as frases mal ditas, mal interpretadas e textos inteiros.
That's why!!!!!!!!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Família

Eu comecei a pensar nesse assunto ultimamente.
Até um tempo atrás, eu achava que toda família era como a minha: riso fácil, comunhão quase constante, mentes comuns, conversa, conversa, silêncio, choro...
Mas daí eu descobri que nem com todo mundo é assim.
Primeiro eu comecei a observar que há famílias que se desfazem, casais que separam e filhos que ficam divididos, ou sem saber o que fazer, ou tendo bem claro que não gostam do pai ou da mãe.
E ainda mais tarde descobri que há famílias nas quais existe uma falsa união. Vivem juntos e pras outras pessoas parecem muito unidos e felizes, mas, de fato não são.
E ainda mais tarde, eu percebi que há famílias em que não há comunhão alguma, e pouquíssima coisa compartilhada. Famílias nas quais os diálogos são travados, truncados e difíceis e onde o silêncio causa constrangimento.
Acho isso tudo tão triste!!!!!!!!!!
Lembrei de um autor que admiro muito chamado C.S. Lewis. Ele subdivide o amor em algumas categorias, dentre elas, o amor familiar, ou, do grego storge. Pode também ser entendido como afeição e o critério principal que o define é uma familiaridade confortável, um sentir-se em casa e à vontade. É o amor modesto que sentimos por pessoas que temos por certas e esse ter por certo, que é um escândalo para o amor erótico, até certo ponto é considerado correto e adequado no caso de storge. Daí, não sei se corretamente, cheguei à conclusão de que nessas famílias já não existe esse amor familiar.
Acho isso tudo tão triste!!!!!!!!
Eu acho triste demais. Minha família não é perfeita e na verdade está longe disso. Tem dias que tudo o que quero é estar longe deles e sei que eles também, em dias como hoje, querem estar longe de mim, mas a gente se sente à vontade, confortável e nos temos por certos um pro outro. E no fundo, acho que queria que todas as pessoas, ou algumas pessoas, tivessem uma família ao menos parecida com a minha, em que esse amor afetivo não tenha morrido. Mas não é assim.
E onde não há esse amor, não há nenhum?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Compaixão 2

" Todas as línguas derivadas do latim formam a palavra compaixão com o prefixo com- e a raiz passio, que originariamente significa sofrimento. Em outras línguas, por exemplo, em tcheco, em polonês, em alemão, em sueco, essa palavra se traduz por um substantivo formado com um prefixo equivalente seguido da palavra sentimento.
Nas línguas derivadas do latim a palavra compaixão significa que não se pode olhar o sofrimento do próximo com o coração frio; em outras palavras: sente-se simpatia por quem sofre...
É por isso que a palavra compaixão em geral inspira desconfiança; designa um sentimento considerado de segunda ordem que não tem muito a ver com o amor. Amar alguém por compaixão não é amar de verdade.
Nas línguas que formam a palavra compaixão não com a raiz passio, "sofrimento", mas com o substantivo sentimento, a palavra é empregada mais ou menos no mesmo sentido, mas dificilmente se pode dizerque designa um sentimento mau ou medíocre. A força secreta de sua etimologia banha a palavra numa outra luz e lhe dá um sentido mais amplo: tre compaixão (co-sentimento) é poder viver com alguém sua infelicidade, mas é também sentir com esse alguém qualquer outra emoção: alegria, angústia, felicidade, dor. Essa compaixão designa, portanto, a mais alta capacidade de imaginação afetiva, a arte da telepatia das emoções. Na hierarquia dos sentimentos, é o sentimento supremo.
Quando tereza sonhava que enfiava agulhas sob as unhas, ela se traía, revelando assim a Tomas que mexia em suas gavetas às escondidas. Se alguma outra mulher tivesse feito isso com ele, nunca mais ele teria lhe dirigido a palavra. Como tereza sabia disso, dizia: "Mande-me embora1". Ora, ele não somente não a mandou embora, como lhe tomou a mão e beijou a ponta de seus dedos, pois, naquele momento, ele próprio sentia a dor que ela experimentava sob as unhas, como se os nervos dos dedos de tereza estivessem diretamente ligados ao cérebro dele.
Aquele que não possui o dom diabólico da compaixão (co-sentimento) só pode condenar friamente o comportamento de Tereza, pois a vida particular do outro é sagrada e não se abrem gavetas onde ele guarda sua correspondência pessoal. Mas como a compaixão se tornara o destino (ou a maldição) de Tomas, parecia-lhe que era ele mesmo que tinha se ajoelhado em frente à gaveta de sua escrivaninha e que não conseguia tirar os olhos das frases escritas pela mão de Sabina. Compreendia tereza, e não somente era incapaz de lhe querer mal, como a amava ainda mais."

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Educação e fé

Desde muito pequena eu queria ser professora. Uma das poucas lembranças que tenho da infância é de brincar de escolinha com minhas amigas e com meus irmãos. E o gosto era tanto que meu pai chegou a pintar uma parede inteira como se fosse quadro negro para que eu pudesse escrever e ensinar o quanto quisesse. Nessa época era também fã da Tia Sirlene que me alfabetizou.
Depois, já na adolescência, continuei a querer ser professora e quando foi época de decidir o que cursaria na universidade, não tinha dúvidas sobre minha escolha e meu desejo pessoas. As pessoas riam de mim, diziam que eu era inteligente demais pra querer ser professora e acho que de certa forma o preconceito me afetou, a ponto de eu ir cursar relações internacionais.
Depois de formada, com o auxílio de Deus, comecei a ensinar e é isso que faço até hoje, felizmente, com toda a alegria no coração. Essa profissão não me dá dinheiro nem status, mas me alegra e alimenta a alma.
E o que mais gosto em ensinar é que, quando ensino, me esvazio de mim mesma e vivo minha fé.
Quando entro numa sala de aula, é hora de ouvir e falar ao aluno, a meus amados alunos. Aí, é o tempo deles que conta, os interesses deles, os problemas deles e suas histórias. Se meus alunos gostam de Bioncé, o que fazer, levar Cold Play, pra meu prazer? Jamais! E na sala de aula, irei eu falar de minhas desilusões e sofrimentos? Também, jamais.
Assim, eu ouço, quando dá eu falo e sempre aprendo. Eu ouço do medo do vestibular, da viagem pros Estados Unidos, e não importa quão óbvio é pra mim que o certo é dizer "to", antes do verbo, porque é infinitivo. Eu estou ali pra ensinar e pra respeitar o tempo que eles têm pra processar e compreender cada aspecto de uma nova línguas.
Nesse processo, não há espaço pra mim e eu me esqueço de mim. Eu esqueço do cheque que vai cair, da noite mal ou não dormida, da distância incurtável, das perguntas sem respostas e dos sonhos não realizados.
Educando, vivo minha fé. Dou-me, exalto e anuncio.
E acho que por isso, esses são meus momentos sublimes e que me vivificam.


Ah, por falar em morte e vida, foi no sono que ganhei vida ontem, quando me falatavam palavras.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Enough is enough

Plagio o título, pois estou tão esgotada de palavras...
Procuro-as, mas não encontro.
E sinto-me morrendo.
As palavras parecem agora fazer parte do meu eu. E parecem ser o ar que preciso pra viver.
Sem saber o que quero expressar e como fazê-lo, morro sufocada.

Talvez apenas um grito resolva!E aquilo que mais preciso seja na verdade apenas um: AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Se conseguir soltá-lo, ou se mesmo no silêncio, achar vida, você saberá!

domingo, 12 de abril de 2009

Páscoa

O feriado foi uma viagem de última hora que resultou em: risadas, choro, conversas, brigas, encontros, desencontros, descobertas, anseio, noites mal dormidas, Deus, a fé no Cristo que viveu de novo (eu descobri que eu odeio a palavra ressuscitou), a esperança renovada de conhecer o Peru em julho, algumas canções e a lembrança de uma citação.

"Quero ser como criança, te amar pelo que és, voltar à inocência e acreditar em Ti. Mas às vezes sou levada pela vontade de crescer, torno-me independente e deixo de simplismente, crer."

"I could live without many things and I could carry on. But I couldn´t face my life tomorrow without your hope in my heart, I know. I can´t live a day without You. There´s no night, and there´s no morning without your loving arms to hold me. You´re the heartbeat of all I do. I can´t live a day without you."

" Mas a raposa retomou seu raciocínio.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo pra mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste!Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
(...)
Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
-Ah! Eu vou chorar.
-A culpa é tua-disse o principezinho. Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis - disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! - disse ele.
- Vou - disse a raposa.
- Então não terás ganho nada!
- Terei sim- disse a raposa- por causa da cor do trigo. "

Algo aconteceu para que todos os meus dias fossem sábados.

Concluindo: dias necessários; uma melancolia branca; eu, ora no papel do principezinho qu acha que não ganhou nada, ora no papel da raposa que só ouve passos que a fazem entrar na toca; e a certeza calada de que Ele vive, voltará, e me levará.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Palavras

Descobri que a palavra mais bonita da língua portuguesa é escuderia. Não que eu admire formula 1 ou entenda muito desse assunto. Nada disso. Mas acho que é uma palavra que soa muito bem, forte e agressiva.

Em termos etimológicos, nada mais belo que misericórdia= pôr seu coração na miséria do outro. É muita cor pra uma palavra só.

A palavra inglesa pra idioma é language e pra língua, órgão do corpo humano, é tongue. Mas as pessoas, em inglês, oram em tongues, não em foreign languages. Vá entender!!!!!!!

Breakfast = "break the fast" = quebrar o jejum = desjejum = café da manhã. rsrsrsrs

Tem palavras mais tristes que meu e seus variantes? Estranho como a gente cria uma palavra pra designar uma coisa que na verdade não existe. Nada é de ninguém! Ninguém é de ninguém!

Aleluia!= a eternidade em palavra

Por falar nisso, eternidade

E fim.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mais umas perólas...

"A Nair? Mas como assim, a Nair fez isso? Por que?" e três dias depois: "Eu não consigo acreditar, a Nair?" Não dá mesmo pra acreditar. Pelo menos algumas pessoas veem que estou, normalmente, acima de minhas atitudes! rsrsrs

"Naizinha gotosinha, huuuum! Amocê tá!" E o mundo faz todo sentido!

"Você não deveria desistir assim tão fácil. Cria coragem e vai fazer medicina.Eu acho que é a sua cara." kkkkk Vou ter que começar a fazer WR!

"Well done Nair! You´re doing a great job!" E eu, achando que ia ser demitida.

"Ah, você podia também deixar um extrato da conta aqui, como documento, pra eu ver direitinho como vai a conta."

"Não preocupa com o que tem na conta. Só preocupa em me dizer o que eu tenho que pagar."

Olhos e coração

Se não conseguir lavar seus olhos e por si só iluminar-se, consulte um oculista, vários oculistas, uma, duas, quantas vezes precisar. Custe o tempo que lhe custar, ele te ajudará a ver cores e formas que você antes não conhecia, de cor.E de quebra você ainda descobrirá que um bom oftalmologista pode ser também seu necessário desfibrilador.

Um largo e amoroso sorriso!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pérolas da vida

A taxa do cheque devolvido mais que dobrou de uma semana pra outra!

"My maid cleans the kitchen everyday because if she does not do that we might see crocodiles in our pantry." Eu saía correndo se eu visse um crocodilo Dande na minha cozinha!!!!!!

"I help my mom clean the chicken everyday". E eu imaginando a moça depenando um frango!

"Teacher, vc não vai nem me falar Happy Birthday? Eu acertei a frase todinha!!!!!!!!"

"Ah, tô sentindo um clima nessa aula!Ê vocês dois tão de paquera. A resposta: " Ah, teacher, nothing to see, nothing to see"

"Bárbara manatee, manatee, manatee"

Como assim, LT, LEV, LV! Ai meu Deus, eu fico louca com tanto laudo e projeto e site!

"Teacher, you´re so sarcastic!"

Você não ri de mim não que eu que pago seu salário agora!

" Isso mesmo, pode me jogar no chão, me matar, eu não importo de viver não!"

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Verbos vs. Substantivos

"Se você e eu somos amigos, há uma prontidão dentro de nosso relacionamento. Quando nos vemos ou quando estamos separados, há a prontidão de estarmos juntos, de rirmos e de falarmos. Essa prontidão não tem definição concreta: é viva, dinâmica e tudo que emerge do fato de estarmos juntos é um dom único que não é compartilhado por mais ninguém. Mas o que acontece se eu mudar "prontidão" por "expectativa", verbalizada ou não? Subitamente a lei entra no nosso relacionamento. Agora você espera que eu aja de um modo que atenda às suas expectativas. Nossa amizade viva se deteriora rapidamente e se torna uma coisa morta, com regras e exigências. Não tem mais a ver com nós dois, mas com o que os amigos devem fazer ou com as responsabilidades de um bom amigo... Ou com as responsabilidades de marido, de pai, empregado ou qualquer outra coisa."

terça-feira, 31 de março de 2009

Compaixão

Hoje me disseram a seguinte frase:
" Se quer ser feliz, tenha compaixão. Se quer fazer os outros felizes, tenha compaixão."
Aiaiaiaiaia. Esse negócio é difícil né?!
Hoje a última coisa que consigo é ter compaixão.
Então, não me espere para fazer você feliz!
E vá viver o amargor que lhe cabe na vida!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Solidão

Fazia tempos que ela não passava por dias assim. Desde que tudo lhe acontecera, estivera mergulhada num mar de atividades sem fim, de preparativos, aulas, novos empregos e de tempo pros outros mas não pra si. Então tudo se encaixava e parecia sorrir-lhe, como se nada lhe faltasse no coração. Também tinha lá suas novidades que preenchiam um pouco certos vazios.
Mas daí, de repente, ela dormiu demais, sonhou demais e acordou, num dia, sem deadlines a cumprir e sem outras pessoas em quem pensar. Então lhe voltaram aquelas lembranças, daqueles dias, das vozes que ouvia e que não ouve mais, das possibilidades que existiam e que não existem mais.
Fazia tempos que ela não recebia a visita de fantasmas e da desilusão. Há muito ela não recebia em casa, assim bem íntima mesmo, uma companheira que lhe sussurrava palavras doloridas, realidades que ela era incapaz de mudar e que desmantelava seus castelos de areia.
E num domingo de outono,que parecia não guardar-lhe nenhum segredo, vieram a dor, a desilusão e a solidão para atormentar-lhe o viver.

Um dia, de tanto bater sozinho, esse meu coração ainda para!

sábado, 28 de março de 2009

O governo e o air bag

Já faz até um tempinho que não escrevo nada aqui, mas achei que uma das últimas demonstrações de cuidado com a população brasileira merecia um tempo meu. Nossos parlamentares são tão cuidadosos e preocupados com nossa segurança física que aprovaram uma lei segundo a qual a partir de logo em breve todos os carros devem sair das montadoras com air bag para o motorista e para o carona. É realmente de se admirar!!!!!!!!! Depois há quem critique os políticos brasileiros...
Bom mesmo de lembrar é que esses mesmos parlamentares puseram um fim ao IPI e são alvo de um negócio chamado lobby. Continuem mesmo a criticá-los, pois a aprovação de uma lei como essa, num país que não garante nem segurança alimentar a sua população, só pode ser resultado de um grupo pequeno de representantes de montadoras que diminuíram seus lucros com o fim do IPI e procuraram nossos sábios e verdadeiros representantes à procura de uma ajuda.
Como deputados e senadores são muito preocupados com a segurança do brasileiro comum, surgiu a lei do air bag. Assim, nós ficamos mais seguros, contimuamos pobres, as montadoras garantem seus lucros novamente, já que com o air bag o preço do carros sobe mesmo sem o IPI, a poluição sonora e visual aumenta em nossas cidades, os pinguins agradecem porque vão poder tomar um sol e se bronzear do outro lado do mundo e nossos representantes... ah, eles se sentem heróis porque fizeram bem pra toda a humanidade.
Esse governo é mesmo de se tirar o chapéu!!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Fim de noite

Eu vou dormir triste.
Reli tanta coisa doída hoje.
Ah, Deus!!!!!!!!!!
É por isso que às vezes eu penso que a ignorância e o esquecimento são dádivas divinas.
Deixa tentar dormir e sonhar com dias melhores.

Saudade 2

Sem ordem,
Sem preferência,
Cada um por seu lugar em mim,
De todos, queria estar mais perto:
Nena, Tuca, João, Marcella, Giovanna, Alexandre, Lella, Paulo, Renata, Edmo, Carlos Jr., Adriana, Matheus, Declan, Carol, Maria Luíza, Lili, Rafael...
E como diz a Ana Carla: e tendo cada qual, de meu amor, o sabor doce ou amargo de ter me cativado.
E tendo eu, de meu amor, o sabor doce e amargo de ter me deixado cativar.

terça-feira, 24 de março de 2009

Dois diálogos ordinários mas memoráveis

" -O que você sente: tesão ou encanto?
- Nenhum dos dois. É paixão."



" -Fica se fazendo de racional, mas no fundo, claro que sente!
- No fundo não, é no raso mesmo."


E eu de cá, ouvindo, rindo e chorando.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Eu e o espelho

Se me perguntassem hoje quem eu sou, eu diria: única. Querendo com isso dizer... Estou só. Carente. Descrente.Sofrida.
Só em meu desejo de chutar paredes e gritar pelas ruas.
Carente de você.
Descrente de palavras.
Sofrida de escolhas que me roubam tesouros e me deixam o nada.
Única na compreensão inteligível do meu ser.

domingo, 22 de março de 2009

Saudade

Sinto tanta saudade que ela não cabe no peito: vira música, lágrimas, sorriso, sono e sonhos.
Saudade de barulho em casa, risadas, ventilador ligado e piadas.
Saudade de silêncio também.
E de abraços, beijos, conversas.
Até de neve me dá saudade...
O pior não é a saudade em si, mas a inércia que a acompanha. Se quando eu sinto saudade ao menos pudesse encurtar distâncias e mover o tempo...
Assim o coração não aguenta... e um dia, de tanto bater, ele vai parar!

SOBRE DEUS E AS CRIANÇAS

Existe um questionamento em mim. Não apenas um, mas especialmente um, ultimamente.
É um mistério paradoxal as palavras do salmista e repetidas por Jesus que dizem que da boca de pequeninos e crianças de peito Deus tira o perfeito louvor.
Como pode tal coisa? Afinal, louvor não é o engrandecimento e reconhecimento da pessoa de Deus? Muitos podem pensar, sim, e isso não tem nada de paradoxal. As crianças são ingênuas, humildes, dependentes e por isso delas veem elogios perfeitos a Deus.
Mas eu me pergunto: como delas veem elogios perfeitos sobre o Ser se vivem centradas em seu próprio ser? Sim, um dos grandes marcos da infância é o desconhecimento do mundo e a centralidade do eu. E, obviamente, a maturidade se caracteriza pela existência da percepção sobre os outros como iguais e não como seres que existem para nosso prazer.
É daí que vem meu questionamento: se as crianças só veem a si mesmas, a seus umbiguinhos e a suas necessidades e desejos, como podem louvar a Deus perfeitamente? Como, se em suas vidas Ele não é o centro?
Eu juro que queria entender, pra não querer deixar de ser criança jamais!

sexta-feira, 20 de março de 2009

A vida

Ela anda corrida. É trabalho cedo, escola à tarde, escola à noite. Daí sobra um tempinho pra conversar com algumas pessoas que eu gosto. E então, eu tinha que dormir, mas nem sempre isso acontece. O corpo pede um pouco mais de calma, mas a mente não para. Viaja... vai pra Campinas, pro Setor Bueno, pro andar de baixo. Vai até pra mais longe, bem mais longe, por vezes onde ela não deveria ir, e eu não consigo pará-la.
Mesmo assim, quis arrumar um tempo pra escrever sobre como ela anda. Em meio a tanta correria, sou constantemente surpreendida por pequenas alegrias que alimentam meus dias. São sorrisos não pedidos, abraços calorosos, um "amocê, tá?!" da Malu, feedbacks positivos no CEI, mais responsabilidade, elogios na Wizard, uma conversa que me fala de irmãos felizes, e amizades alimentadas por msn. Pequenas coisas que aquecem o coração.
Outro dia escrevi em algum lugar que estava muuuuuuuuuuuuuuuuito feliz e muitas pessoas nem entenderam por que, não esperavam por isso. Nada demais aconteceu: não ganhei na mega sena, nem dei à luz um filho. Não mudei o mundo e nem estou vivendo um grande amor.
Mesmo assim, tô sim muuuuuuuuuuuuuito feliz. A vida está leve e por isso está alegre.
Ela não me antecipa mais um futuro que desconheço e não revive um passado doloroso. E ela me diz agora que nem tudo é tão ruim quanto eu imaginava e que na verdade, muita coisa é bem melhor do que eu imaginava.
A vida me diz agora que saudade é bom de se ter, mesmo que não se possa expressar e baní-la. E que viver é a melhor das opções.
Um grande sorriso!!!!!!!!!!!

domingo, 15 de março de 2009

14/03/09

Estava escrito: seria um dia histórico.
Mas amanheceu com cara de dia normal. Sábado ensolarado em Goiânia, café da manhã em família, aulas, risos, problemas com alunos.
Entardeceu num salão, com barulho de secador ligado, cheiro de maquiagem misturado com esmalte, sorrisos num rosto feliz e borboletas no estômago.
Anoiteceu com músicas suaves, belas palavras, branco e verde, copos de leite com orquídeas, doces saborosos, comidas exóticas, fotos e mais e mais sorrisos. Agora em meio a lágrimas.
Terminou com a gente dormindo em casa, só cinco agora, e ela em outro lugar, começando uma nova vida, feliz da vida! Terminou com a gente feliz daqui e eles feliz de lá, todo mundo feliz pela mesma coisa, porque Deus amou e agora nós nos amamos. E porque Ele tem sonhos, caminhos e pensamentos que são mais altos que os nossos.

Mente sem fronteiras

Outro dia assisti a um comercial na TV que está, definitivamente, entre meus favoritos. http://www.youtube.com/watch?v=x0O_ZZ_e4wA
O conteúdo desse vídeo é a ênfase em como as fronteiras do mundo estão se abrindo e como isso, de certa forma, é inútil a uma mente estreita.
Por um lado, isso é realmente verdade e nos faz preocupar em ter uma mente sem fronteiras, que busca novas informações e novos conhecimentos. Ter uma mente sem fronteiras amplia nossa visão de mundo e nossa compreensão acerca da humanidade e de nós mesmos. O conhecimento proporcionado pode trazer curas, libertações de provincianismos e/ou misticismos infundados e muitos avanços tecnológicos sem os quais não seríamos capazes de viver atualmente.
Por outo lado, contudo, preocupa-me outra dimensão de uma mente sem fronteiras. Ter uma mente assim, pode significar ter uma mente sem limites e sem princípios. Preocupa-me a possibilidade, em certa medida já concretizada, de com isso criarmos seres humanos sem moral, que acham que tudo podem por seu bem-estar imediato.
São mentes sem fronteiras que matam dezenas em escolas norte-americanas e que desviam milhões de reais do governo. São mentes assim que desmatam a Amazônia insustentavelmente e que violentam crianças. Que arremessam mulheres pra fora de carros e crianças por janelas de prédios. Que traem, enganam, omitem e vivem o hoje, como se não houvesse amanhã.
A idéia das fronteiras é interessante e, a meu ver, até saudável. Fronteiras não tiram a liberdade, mas limitam a irresponsabilidade. Viver sem fronteiras, em última instância, é viver irresponsavelmente.
Acho que gosto mesmo é da parte do comercial que sugere que a mente não pode ser estreita. Mas com fronteiras definidas, que nos impeçam de destruir-nos e aos outros.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Aprendendo a Amar

Ela pedia a si e a Deus que amasse mais. Não entendia direito aquele sentimento tão propagado e o que as pessoas queriam exatamente dizer quando falavam que lhe amavam. E não sabia se amava e a quem amava.

Era ridicularizada por isso e muitas pessoas até duvidavam de sua verdadeira humanidade quando, humildemente perguntava: "O que é o amor?" Porque as pessoas olhavam pra ela e pensavam: "Que ser humano é esse que não sabe o que é o amor, o sentimento que nos distingue de outros?" E assim, não a entendiam.

E como se não bastassem a redicularização e o julgar dos outros, se estranhava a si mesma ao pensar: "Será que amo alguém?" E não compreendia direito como as pessoas diziam que se amavam e ao mesmo tempo se ardiam em ciúmes, não eram pacientes e não suportavam nada. Afinal, seu modelo de amor era esse, sem o qual nada seremos.

Até que um dia ela parou, olhou pra si e viu que gostava de alguém de um jeito diferente do que via ao seu redor. Depois de gostar muito tempo, ela viu que gostava e ponto. Não esperava muito em troca, ainda que sofresse por querer estar mais perto do que estava. Mas mesmo querendo estar mais perto, sabia que não podia prender a pessoa a si e nem forçá-la a algo que não queria. Era um bem querer desinteressado, capaz de sofrer e de rir pelo outro, tal como por si. E ela viu que gostava de alguém e que era ridicularizada por esse gostar, mas isso não lhe fazia eco, não lhe atingia, já que certa estava de seu coração e por isso mesmo, não tinha necessidade de se explicar, revidar ou exigir qualquer coisa. Tinha seu sentimento e isso era o suficiente para fazê-la feliz a maior parte do tempo.

E um tempo mais depois, ela viu também que tinha esse mesmo bem querer, esse gostar esquisito, não só por uma única pessoa, mas por outras, algumas, não muitas.

Daí, ela chamou isso de amor. E amou. E não parou mais de amar e de querer amar mais e a outras pessoas, com as delícias e dores que disso vinham.

Um dia ela pediu a si e a Deus que amasse mais e que entendesse de amor. E depois de um tempo, ela começou a ter isso.

E hoje ela ama, despretensiosamente.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Desabafo

Eu tenho estado impressionada com a facilidade que as pessoas teem pra falar da vida dos outros. Com bastante frequencia me vejo em uma círculo de amigos ou inimigos em que o assunto principal ou mesmo secundário são outras pessoas que ali não estão.
Durante muito tempo, confesso, eu mesma fui assim. E confesso também que até hoje, às vezes, me vejo falando das pessoas ou sobre as pessoas.

No entanto, acho que sábios mesmo são os ingleses que falam da weather, em detrimento de outrem e de si. São reservados demais para falarem de si e egoístas demais para falarem dos outros. Então, comentam se o dia está quente, frio, nublado. Se haverá neve ou se tirarão os biquinis dos guarda roupas, o que quase nunca acontece. De qualquer forma, aquele povo se preocupa mais com o aquecimento global que com pequenos acontecimentos nas vidas das pessoas que os cercam. E eu invejo isso.

Sobre isso, penso também: caso o clima seja um assunto enfadonho, porque não falar de culturas, fatos bestas do dia a dia, problemas ambientais, políticos, viagens...porque não falar sobre Deus e sobre si mesmo? Mas não, as pessoas adoram ( nesse aspecto) as outras pessoas.

Além disso, tenho também a impressão de que as pessoas que conversam sobre outras, pelo simples fato de conversarem, é porque teem medo de, em suas conversas, olhar pra si mesmas e de se encontrar.

Leitor amigo, caso sua vida esteja assim, tão desinteressante, chata e monótona, ocupe-se em torná-la mais atraente! Ocupe-se em achar novos e frutíferos assuntos! E em recheá-la de cor e sabor! Assim, sua vida e seus relacionamentos deixarão de existir à sombra dos outros! E com o tempo verá que é bem mais interessante viver sua própria existência e deixar que os outros vivam as suas.

quinta-feira, 5 de março de 2009

A Deus, meu desconhecido

Mais uma vez, antes de continuar, olho para Você! Olho, na maioria das vezes, com olhos desconfiados e com palavras eloquentes, mas por vezes vazias de significado.
E agora, com o resto de sinceridade que há, converso com você, que desconheço, mas que sou levada a servir e a querer conhecer.
Sirvo imperfeitamente e por vezes, desonestamente. E sigo querendo conhecer.
Você me diz que ama, mas eu não acredito. Eu posso até falar disso, mas não encontro liberdade em Seu amor. Dou lugar a meus medos e não acredito que Você é bom.
Eu olho pra Você e sou vista. Vejo minhas tentativas de escambos diários. E, como se assim pudesse, tento manipulá-Lo, convencê-Lo de minhas razões fúteis e de minhas desculpas descabidas, esquivando-me de minhas responsabilidades.
Por Você e pra Seu prazer, eu queria esquecer-me e ver as pessoas e por elas viver. E por isso também queria querer o queVocê quer e me despir do falso controle que tenho sobre minha vida, me rendendo. Mas faço isso por mim e não por Você, pra que Sua voz possa me chamar.
E de Você, que sei nunca posso esconder, fujo, por não me preocupar com Seu coração. Minha reputação ameaçada recebe minhas lágrimas, mas Seu coração ferido, não.
E com tamanha facilidade esqueço-me que se Você quisesse, Deus, você pensaria em Si mesmo, como eu tanto faço, e deixaria a humanidade esvair-se.
Mas esqueço também que Você não é da mesma natureza que eu. Não é vazio e mau e não procura punir os que não te satisfazem, como eu. Eu esqueço que você é nobre, não pensa só em Si, não escamba e não manipula.
Olho pras pessoas ao redor e vejo flashes de seu Ser.Olho pra mim e Te vejo gritando gritos sufocados em meu interior pra que eu possa Te ouvir. Olho pra água, pro vento, pras flores e pros animais e, algumas vezes, eles refletem sua beleza. E esses flashes, e gritos sufocados, e reflexos esporádicos me transmitem um quê de esperança e de paz. Eles fazem-me crer que posso conhecê-Lo e sentir na alma ecoar Seu amor, banindo o medo. Eles me lembram que você É e que isso é o que verdadeiramente me basta.
Por isso, Deus, mesmo temendo-O, não desisto de torná-Lo meu conhecido.
E Porque Você É, e porque é Verbo e tem em Si todos os verbos que preciso, não desiste de ser por mim conhecido.