sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mônaco e Cusco

Eu lembro que quando visitei Mônaco o que mais me impressionou foi a geografia daquele país. Fincado ao sul da França, o principado se localiza entre montanhas e o mar. Lembro bem que estávamos em um carro vendo apenas montanhas cobertas por uma vegetação verde escura linda e eu me perguntava, em silêncio, quando chegaríamos em Mônaco. E quando eu menos esperava, chegamos. Eu já não esperava porque Monte Carlo não é vista por qualquer um. Porque é uma cidade que, escondida entre as montanhas, de repente se faz vista e escondida entre as montanhas, se esconde e se diferencia do resto do mundo. Mônaco se esconde por ser um dos lugares mais ricos e suntuosos do mundo. Porque lá, as ruas são lavadas, as senhoras passeiam seus cãezinhos em tapetes vermelhos, como nos contos de fada, e porque lá as flores floreiam o ano todo. Se esconde e esconde de si o resto do mundo, onde nem tudo são flores.
Há não tanto tempo atrás visitei uma cidade semelhante, ao sul do mundo.Também me impressionou o fato de que essa cidade foi edificada entre montanhas, que a protegem, a escondem, mas do quê? Acho que as montanhas de Cusco tentam, em vão, esconder o resto do país. É porque quem vai a Cusco, ao centro de Cusco, sente-se na Europa. Na Praça de Armas, as flores floreiam, os pombos comem comida nas mãos dos turistas e as ruas são limpas, quase tão limpas como em Mônaco. Nas ruas centrais de Cusco,também há animais de estimação e só sorrisos.Tudo são flores.
Enquanto Mônaco se esconde ou esconde de si o resto do mundo, Cusco tenta, em vão se esconder e esconder a pobreza do resto do país. Mas Cusco, de tanto ser ao sul, não consegue e tem, em si mesma, a pobreza, a sujeira e a doença que se esconde por trás dos morros. Lá, eles não foram tão eficientes em se isolar. O mal entrou. Mas a beleza permanece. E quem tem olhos pra ver, que veja!