segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um ano novo nasce

Já se passaram 25 dias desde que começamos um novo ano e parece que a alma só agora se acostuma a isso, por isso só agora ela se manifesta no novo ano. Alma preguiçosa,fugitiva das realidades. Alma tardia, mas viva. Ela pensa o ano novo e ele vive.
Um grande sábio, em seus dias de tristeza disse que não há nada novo debaixo do céu. Disse que os anos são todos cheios das mesmas coisas, dos mesmos desastres, frustrações, alegrias,cheios de sonhos e de decepções, cheios de guerras e de paz, bem como os dias. Era sábio, estava certo, pode-se sim encarar o ano novo com essas lentes, olhos de um ser humano frustrado e triste.
A isso me recuso nesse momento, mesmo diante de terremotos, de mortes, de vidas, de esperas, tudo igual, sem novidade.
Outro sábio, mais alegre com a vida e mais esperançoso disse que as misericórdias de Deus se renovam todos as manhãs sobre nós, humanos, e sobre a Universo criado. Ao se renovarem as misericórdias de Deus, se renovam nossos dias, nosso ano, nossos olhos, mesmo diante das mesmas coisas.
Minha alma se alinha mais a esse sábio nesses 25 dias passados da virada do ano.Vê dias ensolarados e depois dias chuvosos, vê cores que nunca viu, sonhos que nunca sonhou, viagens que nunca planejou. Ela vê contratos que antes não existiam agora fechados e nascimentos de pessoas singulares por chegar. Minha alma respira cheiros orientais, espera por bebês que lhe serão íntimos como sangue de seu sangue,chora friezas egoístas...
Mas em tudo isso, ela vê,espera e vive um ano novo, renovado, inusitado e por isso único pra si e pra humanidade. A alma, mesmo preguiçosa, experimenta diária e anualmente o amor que não a deixa se consumir, o amor que não a deixa ser a mesma e fazer do ano novo, um mesmo ano.