sábado, 11 de dezembro de 2010

A esposa mais completa

Uma boa esposa tem dentro de si uma diversidade de pessoas.Incrível o quanto H significava para mim.Ela era minha filha e minha mãe, minha aluna e minha professora,minha subordinada e minha chefe.Era minha camarada confidente,amiga,companheira;tudo isso misturado.Minha amante, mas ao mesmo tempo tudo que qualquer amigo (e tenho excelentes amigos) jamais foi para mim.Quem sabe até mais. Se não tivéssemos nos apaixonado ainda assim ficaríamos sempre juntos-o que seria um escândalo.Foi isso que quis dizer quando a elogiei uma vez por suas virtudes masculinas.Mas ela logo foi dando um basta nisso, perguntando como eu me sentiria se elogiasse minhas virtudes femininas. Esse foi um belo contragolpe,querida.
[...]
Salomão chegou a chamar a sua noiva de irmã. Poderia uma mulher ser uma esposa completa, sem que,num momento específico de bom humor, um homem se sinta inclinado a chamá-la de "irmão"?


Esse é um trecho do livro "A grief observed", de C. S. Lewis, em que ele lamenta a perda de sua esposa Joy. Li outro dia e lembrei-me de muitas coisas: de uns diálogos, de uma amiga. Não há muito o que acrescentar. Apenas minha alegria por provar-me ao mesmo tempo errada e certa. Errada por ver que um homem pode amar uma mulher como mulher e como amigo ao mesmo tempo, o que antes me confundia e incomodava. Certa por ver que, acima de tudo, um casamento deve ser uma amizade simultaneamente profunda e boba, o que sempre quis pra mim.
Lembro-me de outra citação a esse respeito, não me lembro de quem, que dizia o seguinte:"Case-se com uma pessoa com quem você goste muito de conversar, porque depois de uns anos o sexo acaba e o que resta é a amizade."
C.S. Lewis um dia foi agraciado pela presença e companhia de sua esposa-amiga, a quem carinhosamente chamava Joy, ou alegria.Quero eu receber tamanho presente também: de ter e de ser joy!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Onde Deus está

Hoje me deu vontade de escrever aqui.Vontade da falta de sono que me faz refletir e sonhar. Reflito sobre a presença de Deus, sua voz, seus movimentos.E parece-me que muito frequentemente a gente procura Deus nas coisas e lugares errados. A gente acha que Ele se manifesta num sonho, numa visão, numa profecia e num milagre de cura.E isso é sim verdade.Jesus, homem-Deus, se manifestou assim. Mas Ele se revelou também de muitas outras formas. Se revelou, especialmente, na comunhão, na simplicidade, na conversa no monte com os discípulos, no escrever na areia enquanto difamavam a prostituta, no chorar ao ouvir da morte de Lázaro e no chamar Zaqueu para descer da árvore para levá-lo para jantar.
A gente que é besta mesmo...e na nossa besteira criamos um ídolo, um deus feito à nossa imagem e à nossa semelhança. E com a mania demoníaca que temos de aparecer, de querer ser vistos e apreciados, achamos que é na casa grande, no carro importado, na companheira de feições globais e na conta bancária de zeros petistas que Ele se manifesta em nós e que se faz ouvir.
Outro dia, conversando com um amigo e depois lendo um livro,aprendi que tudo isso é ilusão e transgressão. O Deus trino bíblico, o Deus Espírito Santo se faz ouvir, sobretudo pelo amor. Pelo amor que tem pelo povo seu e pelo amor que esse povo reflete em seus relacionamentos.Nisso acho que o poeta estava num momento divino ao dizer que o amor é fundamental, pois é impossível ser feliz sozinho. O próprio Deus não é feliz sozinho, porque é amor.O próprio Deus escolheu relacionar-se, e se completar.
É nisso que Ele está!

PS: Esse texto estava guardao há meses. E hoje, pois recorrente, foi publicado!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dez motivos para se querer morar em São Paulo

1) A Nota Fiscal Paulista;
2) As auto estradas, mesmo que com pedágios;
3) O SEM PARAR das auto estradas;
4) A lei "é proibino fumar em lugares públicos fechados" e o adesivo com o símbolo do estado para divulgá-la em todos os estabelecimentos comerciais;
5) O clima gostoso, apesar das constantes chuvas dessa semana;
6) A vegetação;
7) A Serra do Mar e o litoral ao pé dela;
8) O sotaque, ou melhor, os sotaques;
9) As passagens aéreas internacionais mais baratas;
10) Aquele velho de sempre.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Consagração

Seja o meu canto
Para sempre só pra te louvar.
Seja tão somente, eternamente pra te adorar
Que ele seja o recado
Que Tu tens hoje aqui pra dar
Mas possa eu trazer na mente
Que Tu és quem o dá

Seja minha vida
Um padrão naquilo que eu falar
No procedimento um exemplo aos fiéis levar
Na pureza grande e também
Na fé e no amor
Mas possa eu lembrar-me sempre
Que dependo de Ti, Senhor



Lembrei dessa música e tentei achar um vídeo bom para divulgá-la por sua beleza e profundidade. Não achei(achei esse aqui http://www.youtube.com/watch?v=cqvl_xMS4NE), por isso transcrevi a letra. Que ela seja sua oração em algum ponto da sua vida!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Amar ao próximo é redundância

Aqui em Goiás, sempre que uma pessoa diz amar outra, ela ouve a seguinte pergunta: Já comeu um quilo de sal com ela, pra dizer que a ama? Não sei, na verdade, se essa é uma expressão goiana apenas, nem sei suas origens, mas sei seu significado.
Pense no sal.É preciso uma pequena dose dele para temperar uma comida e deixá-la saborosa. Assim,mesmo nos hábitos do brasileiro,em que as comidas são mais temperadas que em outras partes do mundo, um quilo de sal dura muito, muito tempo. Imagine, então, em uma outra cultura...
Assim, comer um quilo de sal com uma pessoa significa conviver com ela o tempo gasto para se consumir um quilo de sal, ou seja, muito tempo. Comer um quilo de sal com uma pessoa significa tornar-se íntimo e próximo dela.Esta, é, então, uma compreensão verdadeira:a de que só podemos dizer que amamos alguém, depois de convivermos muito tempo próximo desse alguém.
Aqui em Goiás, existe ainda, enraizado na cultura e na ética um mandamento que, na verdade, permeia várias sociedades, sejam elas ocidentais ou orientais:Amar ao próximo como a si mesmo.O próximo, nessa ordem, pode e tem sido interpretado como o semelhante humano, seja ele quem for. Sendo ser humano é próximo.Tem sua lógica, tem sua razão.
Contudo,concordo com Rubem Alves que diz que Jesus nos mandou amar ao próximo, porque amar ao distante é muito fácil.Ou seja, só estando próximo de alguém, nos tornaremos íntimos e poderemos conhecê-lo verdadeiramente,amá-lo verdadeiramente.
O dito goiano do sal faz eco...
Ser próximo, semelhante a um ser, vai muito além da igualdade de características biológicas e de processos bioquímicos. Só estando perto, vive-se a vida e a morte em conjunto. É estando próximo, próximo até demais às vezes, que se experimenta a podridão humana comum, seja ela física ou moral ou intelectual. É estando próximo que, igualmente, se experimentam a vida, o brilho, os aromas de ser humano comuns.
Sobre aquele que está distante, geralmente, construimos fantasias e ilusões. Não o vemos face a face. Não sentimos seu hálito. Não vemos seus sorrisos, suas rugas, suas lágrimas, seus emburros.E se algum dia vimos, a memória se esvai...
Daquele que está longe nutrimos, no máximo, uma compreensão do ser, um carinho descompromissado, uma admiração distorcida que beira à fantasia. Amar de verdade, no mais profundo sentido da palavra, só é possível de quem se está próximo. Amar ao próximo é, em última instância, redundância.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Graça vs. Vida

É famoso o verso bíblico em que se diz: "A tua graça é melhor que a vida". Foi Davi quem disse isso. Ele,que se rendera a Bateseba e matara Urias, experimentou a graça que foi Salomão.
A verdade é que, muitas vezes, soa estranho, soa fanático e soa difícil-de-dizer, verdadeiramente, que a graça de Deus é melhor que a vida. Mas é verdade.E por algumas razões bem simples da quais a vida e não a graça nos faz esquecer.
A primeira razão que quero mostrar é a eternidade e a finitude. Salomão, porção de graça, escreveu que Deus pôs a eternidade no coração do homem. Como acho que já trabalhei em algum outro texto nesse blog, é o fator eternidade em nossos corações que nos faz viver a vida de uma forma trágica, porque a vivemos como se fosse eterna, e ela não é. Vivemos a vida eternizando sofrimentos e alegrias, as quais, não sendo eternas, resultam em sofrimento eternizado ou prolongado. A vida é finita. Já a graça, é eterna!Ela não acabará ao morrermos e sermos enterrados. Continuará, eternamente...
Além disso, quando olho pra vida, o que vejo de bom nela, é fruto da graça. É a graça se manifestando que faz voluntários se dedicarem a pobres, que leva bombeiros a resgatarem feridos, mulheres a terem filhos e os amamentarem em meio à dor, homens e mulheres se amarem verdadeira e libertadoramente. A vida, por sua vez, vida em si, nos lembra de nossa finitude e leva o corpo, e por vezes a alma, a atitudes imorais para não se extinguir. A vida causa escravidão, gera exploração para benefício próprio, gera pedofilia, traição, assassinato,paixões escravizantes...
A graça perdoa. Dá segundas e terceiras chances.A vida condena, sem direito a defesa.
A graça esquece. A vida lembra todas as noites e todos os dias.
A graça está além de nós. A vida, limitada a nós.
A graça pacifica e gera sonhos. A vida amedronta e sepulta sonhos.
A graça abre olhos, corações, casas, peitos e sorrisos. A vida, por sua vez,nos torna míopes e, por vezes, cegos mesmos. A miopia da vida nos dificulta a ter o olhar genúino que a graça merece, para ser vivida em seua plenitude. A miopia da vida nos cega para que não vejamos nada além dela mesma, nos cega para que não vejamos que até mesmo em si, o que há de bom, é fruto da graça. A vida mente... e nos engana dizendo que a graça não é melhor que a vida.

Graça e vida, na graça!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Os presentes da vida

Eu estou bem certa de que em nossa caminhada nesse mundo Deus nos dá muitos presentes. E o mais legal de receber presentes é recebê-los quando eles fazem sentido pra nós. Já pensou se você, um home ou uma mulher, recebesse uma mamadeira de presente? Não ia ser legal, né?! Já se fosse um carro... Todo mundo adoraria.
Pois é...Deus, que sabe de tudo e é perfeito em tudo, sabe bem os presentes que deve dar a cada um em cada momento.
Eu sou um pessoa muito presenteada.E sei que, como todo ser humano, banalizo importantes presentes que Deus me entrega. Mas pela graça dEle, reconheço alguns também.
Alguns dos maiores presentes que uma pessoa pode receber, creio eu, são os amigos. E disso, não posso reclamar!
Há um tempo atrás, Deus, em sua extrema sabedoria, me deu jóias, em sua maioria do sudeste. Aquelas terras sempre foram promissoras e cheias de minérios. Um lugar por lá até se chama Minas Gerais, não é?! Pois então... ganhei muita coisa valiosa daquelas bandas de lá. Ganhei experiências que moldaram meu coração, me dando mais graça, amor e compaixão. Aprendi a ver o outro e a sofrer por ele. Depois esses presentes ficaram meio distantes de mim, guardados em um cofre a que tenho acesso com não muita frequência. Mas mesmo no cofre, continuam valiosos e continuam presentes.
Depois disso, com tanta jóia no cofre, acho que precisava de outras pra usar no dia a dia e não só em ocasiões especiais. Resultado: ganhei presentes que quebraram meus paradigmas. Presentes que me adornam de um modo exótico, mas ainda assim belo. Eles me dizem que nem tudo é como eu penso, que é preciso ousar, questionar, libertar-se do convencional. Faz bem não faz?!
Mais recentemente, Deus, em sua extrema bondade, me concedeu outros presentes: goianos, em sua maioria. Oriental, um. Presentes valiosos de outra forma. Seu valor não está na medida em que agregam graça e compaixão à minha vida, nem no fato de me deixarem exótica, mas sim porque me mostraram que, na verdade, há uma beleza maior em peças simples e discretas.Eu fico bela numa vida simples, mas graciosa. A beleza, afinal, não é resultado de coisas e mais coisas. Ela é resultado de um coração alegre.
Tudo precioso, não? A verdade é que, tendo recebido tantos presentes, muitos inesperados,mas todos maravilhosos, não posso reclamar e me sentir mal amada. Posso, apenas, pedir que eu me faça presente pra muitos, como muitos são pra mim.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Semelhança

Deus disse que nos fez a sua imagem e semelhança. Você acredita nisso? Ele disse também que quer que, a cada dia, nos pareçamos mais com Ele. Acredita nisso também?
Parece que grande parte da população ocidental acredita nisso. Mas a gente sempre pensa que nos assemelhar a Cristo significa sermos bonzinhos como Ele e termos altos padrões morais e de conduta. Acho que isso é certo também.
Hoje, contudo, vejo um outro lado de sermos imagem de Deus e de caminharmos à Sua perfeição. Vejo sermos perfeitos nos amando mais e ligo isso ao sofrimento que, por vezes, temos que sofrer. Parece-me que Ele aproveita nossos sofrimentos para lembrar-nos de quanto Ele sofreu e sofre por nós, já que nos ama. Assim, nos tornamos mais iguais a Deus, mais semelhantes.
Essas últimas semanas, confesso, têm sido de constante sofrimento por aqueles que amo. Sofro porque uns não arrumam emprego, porque outros não acham contentamento. Sofro por aqueles que são zombados, ridicularizados publicamente, e pelos que se entregam a futilidades e vaidades, desperdiçando seu futuro. Sofro por aqueles que me reijeitam e sofro por ser rejeitada, em amor.
Nisso tudo, espero, creio, anseio, estar me tornando mais semelhante a Ele. Sim, porque ouso dizer que, nesses sofrimentos, eu e você, nos assemelhamos mais a Ele. Afinal, não foi isso que Ele fez e não é isso que Ele faz? Ele sofre porque somos ridicularizados, porque estamos desempregados, porque estamos descontentes,porque nos distanciamos e porque é rejeitado por nós, mesmo nos amando.
E mais do que isso ouso dizer que esses sofrimentos nos aproximam dEle, pondo-me a mim e a você em posição de conversarmos e nos relacionarmos melhor com Ele. Porque, afinal, existe verdadeiro diálogo com alguém que não viveu experiências semelhantes às suas, com alguém que não é, em todos sentidos, semelhante a você?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sobre a excelência

Durante esse feriado meu cunhado ficou doente e teve que ser levado ao hospital para tomar soro e ser medicado. No hospital ele ficou algumas horas e teve contato com enfermeiras que iam ao quarto medicá-lo. Graças a Deus, quem ficou doente foi ele, uma pessoa simples e que, além disso, não se importa em ser internado. Digo isso porque segundo minha irmã, sua esposa, ele foi extremamente mal tratado onde mais bem tratado deveria ser. As enfermeiras entravam no quarto sem dizer "Bom dia" e sem explicar o que aplicariam nele.
Daí eu comecei a pensar nisso, nessas enfermeiras. E não só nelas. Penso também nos advogados que perdem prazos vitais a seus clientes, nos políticos que renunciam para serem eleitos de novo, mesmo em meio a tanta corrupção, nas secretárias que desligam os telefones em nossas caras, nos motoristas que causam acidentes e fecham portas em passageiros de ônibus, nas babás que espancam crianças. Penso em mim, que por vezes, contento-me em passar o tempo com meus alunos sem de fato ensiná-los.
Engraçado que quando uma coisa dessas acontece comigo eu sempre me indigno e argumento: "Custa ser educado?" "Custa fazer um pouco melhor?" E no entanto, nessas horas, facilmente me esqueço, que eu também, muitos dias e horas, não faço meu melhor.
E ao me deparar com essa amarga realidade, deparo-me com as palavras do apóstolo, para fazermos tudo com excelência, como para o Senhor, e não para homens. Lembro-me de José do Egito que mergulhado em misérias e tendo todas as desculpas necessárias e plausíveis para deixar de ser excelente, não o fez. Penso em Paulo, o mesmo apóstolo. Penso na Dra. Zilda Arns e em tantos outros humanos que não se contentaram com nada menos que a excelência. E algo os conecta: o chamado de Jesus.
Jesus nos chamou a sermos excelentes naquilo que fazemos. Ele nos ordenou que buscássemos a perfeição. E nos ordenou a amarmos a Ele mais que a todas as outras coisas e a nossos irmãos como a nós mesmos. Assim, creio que só em Cristo e por meio dEle somos capacitados a viver uma vida de excelência. Apenas tendo fé em uma vida além dessa e fé em algo menos que o eu enocntramos motivação e alegria em fazer sempre o melhor, o nosso melhor.
Volto a me lembrar daquelas primeiras pessoas, os amigos da enfermeira, lembram? Então... eu vejo em todos eles motivações egoístas para prosseguir. Vejo neles um servir inferior porque não amam o que fazem e porque o fazem, muito provavelmente, por dinheiro, a raiz de todos os males. Vivendo assim, e trabalhando assim, não vejo como fazer nada com excelência, porque, inevitavelmente, não vemos os resultados de nossos esforços e/ou se os vemos, encontramos também em nossos corações insatisfação e um quê de não vale tanto a pena assim.
Um autor de que gosto muito, em um livro em que fala sobre onde colocamos nosso tesouro, fala de um certo tipo de pessoas que, por puro senso de sobrevivência, se dedicam a um estilo de vida comprometido com o próximo tanto em suas vidas pessoais quanto em suas nações. Essas pessoas, diz o autor, descobriram que uma vida centrada no eu causa doenças, acaba com a alegria e fomenta neuroses. Poderia haver algo mais de verdade? Eu acrescento que a vida centrada no eu milita contra a perfeição e contra a excelência. Por quê? Porque, centrados em nós mesmos, estamos sujeitos a nosso coração enganoso e a nossas mudanças de humor e a nossas variações de prioridades. Centrados em nós mesmos, colocamos baixo preço, monetarizado, naquilo que fazemos e em quem somos.
Assim, eu, agora, só vejo um caminho para a excelência: abandonarmos o eu e nos apegarmos aos mandamentos de Deus e aos exemplos de apóstolos, servos e profetas.
Se você conhece algum outro caminho, me ilumine e me ajude a achar a excelência do meu ser.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um ano novo nasce

Já se passaram 25 dias desde que começamos um novo ano e parece que a alma só agora se acostuma a isso, por isso só agora ela se manifesta no novo ano. Alma preguiçosa,fugitiva das realidades. Alma tardia, mas viva. Ela pensa o ano novo e ele vive.
Um grande sábio, em seus dias de tristeza disse que não há nada novo debaixo do céu. Disse que os anos são todos cheios das mesmas coisas, dos mesmos desastres, frustrações, alegrias,cheios de sonhos e de decepções, cheios de guerras e de paz, bem como os dias. Era sábio, estava certo, pode-se sim encarar o ano novo com essas lentes, olhos de um ser humano frustrado e triste.
A isso me recuso nesse momento, mesmo diante de terremotos, de mortes, de vidas, de esperas, tudo igual, sem novidade.
Outro sábio, mais alegre com a vida e mais esperançoso disse que as misericórdias de Deus se renovam todos as manhãs sobre nós, humanos, e sobre a Universo criado. Ao se renovarem as misericórdias de Deus, se renovam nossos dias, nosso ano, nossos olhos, mesmo diante das mesmas coisas.
Minha alma se alinha mais a esse sábio nesses 25 dias passados da virada do ano.Vê dias ensolarados e depois dias chuvosos, vê cores que nunca viu, sonhos que nunca sonhou, viagens que nunca planejou. Ela vê contratos que antes não existiam agora fechados e nascimentos de pessoas singulares por chegar. Minha alma respira cheiros orientais, espera por bebês que lhe serão íntimos como sangue de seu sangue,chora friezas egoístas...
Mas em tudo isso, ela vê,espera e vive um ano novo, renovado, inusitado e por isso único pra si e pra humanidade. A alma, mesmo preguiçosa, experimenta diária e anualmente o amor que não a deixa se consumir, o amor que não a deixa ser a mesma e fazer do ano novo, um mesmo ano.