domingo, 17 de agosto de 2014

Como uma criança

Faz muito tempo que não escrevo aqui...tempo demais até. Mas há dois dias passei por uma experiência simples, mas instrutiva, e que achei valia a pena ser compartilhada.

 Era sexta-feira à noite e a Ana Beatriz (minha sobrinha) e eu brincávamos. Ela tem 3 anos, tá numa fase imaginativa da vida e gosta de brincar de "mamãe e filhinha". Ela era a mãe (obviamente) e eu, a filha. Estávamos em uma praça. E no meio da brincadeira, enquanto ela preparava uma mamadeira pra mim, me trazia uma "bá"(o apelido da colcha com a qual ela dorme) e um bico, ela deu um tropeço e o crocs saiu do pé. Aí é que a história ficou engraçada porque ela disse: "Espera filhinha, a mamãe não pode ficar sem crocs, a mamãe não pode ficar descalça." Confesso que não aguentei e me acabei de tanto rir. E isso me fez pensar em duas coisas:

1) Que discipulado eficaz! Minha irmã está de parabéns! Porque a Ana Beatriz já entendeu, aos 3 anos, que ficar descalça não lhe faz bem. E ela aprendeu isso porque sua mãe lhe ensinou com palavras, exemplo e até correções. Fiquei encantada e orgulhosa da minha irmã!

 Mas minha maior observação foi a que se segue.

 2) Ela poderia ter dito: "Oops, o crocs saiu, mas a mamãe vai ficar descalça, a mamãe vai deixar o crocs aqui." Entretanto, a Ana Beatriz, mesmo em seu papel de adulta, não abriu mão do ensinamento útil que recebeu. Aquilo faz tanto parte do ser dela, que em sua inocência de criança, e em sua confiança, mesmo podendo fazer uso de suas atribuições de "mãe" para ficar descalça, não tirou o sapato. Isso me fez pensar no convite que Jesus nos fez para sermos como crianças, mesmo sendo adultos. Ele nos convidou a não abrirmos mão do que Ele nos ensina, a confiarmos, a não nos acharmos maduros o suficiente para tomar decisões distantes dEle, e a continuarmos obedecendo. E isso só é possível, se mantivermos, no mais profundo do nosso ser, como nossa identidade mais básica, a criança que somos perante Deus.

 Por isso, minha oração por mim e por você é que não nos deixemos ser enganados pelo "faz de conta" de que somos adultos, e para que saibamos, sempre, nosso verdadeiro lugar- de filhos, crianças, dependentes, pequenos, frágeis. Assim, os tropeços da vida não nos roubarão aprendizados importantes.

Termino fazendo essa oração, por meio de uma canção de que gosto muito:"Quero ser como criança. Te amar pelo que és. Voltar à inocência e acreditar em Ti. Mas às vezes sou levado pela vontade de crescer. Torno-me independente, e deixo de simplesmente, crer..."

Que o Senhor nos abençoe!