terça-feira, 26 de maio de 2009

O que importa?

Esse tem sido um momento de questionar a vida, as escolhas feitas, a serem feitas, as prioridades... e isso é sempre difícil. Você não acha?
Outro dia ouvi num filme lindo, sobre Jane Austen, uma mãe dizer a uma filha: "Amor é desejável. Dinheiro é indispensável" O pai, na mesma linha de raciocínio, disse: "Nada destrói mais o espírito humano que a falta de dinheiro". Como você deve imaginar, o cerne da questão era que a mocinha, Jane Austen, queria viver um grande amor com um advogado pobre. No fim da história, verídica, ela o deixou porque se ficasse com ele para viver o amor que queriam, a família dele perderia o único sustento que recebia. E então, eles se separaram e, como se sabe, ela nunca mais amou.
Pus essa frase no msn e minhas alunas, adolescentes, sonhadoras, inocentes e platônicas, ficaram indignadas dizendo: "Teacher, você não pode pensar assim!De nada adianta ter dinheiro se não se tem com quem desfrutá-lo." A reação era previsível. Se você quer causar um choque em uma adolescente, fale que o amor não importa tanto assim. O que minhas alunas são incapazes de entender, em sua idade e maturidade, é que nem todos os dilemas da vida dizem respeito ao amor eros, ou ao amor filia, ou ao amor fraterno.
Me pergunto a profundidade e veracidade de versos que sempre pus como primordiais guias em minha vida: "O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males"."Mais vale o ser estimado que o ouro e a prata" E acho difícil conciliar isso com a vida que sempre tive,que sempre aprendi a ter, que vejo ao meu redor e que salta aos olhos em vidas, vitrines, estacionamentos, orkuts...
Vale a pena viver fazendo o que se ama, sem ter o que se quer? Existe felicidade sem dinheiro? Não é romantismo demais supor que se pode amar e viver o amor por uma pessoa com quem não se pode sonhar com a Europa, e com uma escola bilíngue pros filhos? Será impossível conciliar tudo isso?
Afinal, o que é que realmente importa na vida?

Um conselho: se você não sabe a resposta, não peça ajuda aos universitários: eles são ainda jovens demais, passionais demais pra que suas respostas sejam dignas de confiança. Também não peça ajuda aos religiosos: eles têm respostas prontas e incoerentes com a vida real demais. Não consulte um capitalista: ele precisa de dinheiro para que sua verdade exista. Não consulte um comunista também, pela mesma razão. E nem uma pessoa em seu leito de morte: essa, por sua vez, estará num momento muito crucial para dosar bem razão e emoção. Um velho frustrado, te dirá que nada vale a pena. Um realizado, por sua vez, dirá que tudo vale a pena.

Eu não sei quem você deve consultar, mas quando descobrir, me procure por favor! Talvez você seja a pessoa a quem eu devo pedir ajuda!

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