quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sobre a excelência

Durante esse feriado meu cunhado ficou doente e teve que ser levado ao hospital para tomar soro e ser medicado. No hospital ele ficou algumas horas e teve contato com enfermeiras que iam ao quarto medicá-lo. Graças a Deus, quem ficou doente foi ele, uma pessoa simples e que, além disso, não se importa em ser internado. Digo isso porque segundo minha irmã, sua esposa, ele foi extremamente mal tratado onde mais bem tratado deveria ser. As enfermeiras entravam no quarto sem dizer "Bom dia" e sem explicar o que aplicariam nele.
Daí eu comecei a pensar nisso, nessas enfermeiras. E não só nelas. Penso também nos advogados que perdem prazos vitais a seus clientes, nos políticos que renunciam para serem eleitos de novo, mesmo em meio a tanta corrupção, nas secretárias que desligam os telefones em nossas caras, nos motoristas que causam acidentes e fecham portas em passageiros de ônibus, nas babás que espancam crianças. Penso em mim, que por vezes, contento-me em passar o tempo com meus alunos sem de fato ensiná-los.
Engraçado que quando uma coisa dessas acontece comigo eu sempre me indigno e argumento: "Custa ser educado?" "Custa fazer um pouco melhor?" E no entanto, nessas horas, facilmente me esqueço, que eu também, muitos dias e horas, não faço meu melhor.
E ao me deparar com essa amarga realidade, deparo-me com as palavras do apóstolo, para fazermos tudo com excelência, como para o Senhor, e não para homens. Lembro-me de José do Egito que mergulhado em misérias e tendo todas as desculpas necessárias e plausíveis para deixar de ser excelente, não o fez. Penso em Paulo, o mesmo apóstolo. Penso na Dra. Zilda Arns e em tantos outros humanos que não se contentaram com nada menos que a excelência. E algo os conecta: o chamado de Jesus.
Jesus nos chamou a sermos excelentes naquilo que fazemos. Ele nos ordenou que buscássemos a perfeição. E nos ordenou a amarmos a Ele mais que a todas as outras coisas e a nossos irmãos como a nós mesmos. Assim, creio que só em Cristo e por meio dEle somos capacitados a viver uma vida de excelência. Apenas tendo fé em uma vida além dessa e fé em algo menos que o eu enocntramos motivação e alegria em fazer sempre o melhor, o nosso melhor.
Volto a me lembrar daquelas primeiras pessoas, os amigos da enfermeira, lembram? Então... eu vejo em todos eles motivações egoístas para prosseguir. Vejo neles um servir inferior porque não amam o que fazem e porque o fazem, muito provavelmente, por dinheiro, a raiz de todos os males. Vivendo assim, e trabalhando assim, não vejo como fazer nada com excelência, porque, inevitavelmente, não vemos os resultados de nossos esforços e/ou se os vemos, encontramos também em nossos corações insatisfação e um quê de não vale tanto a pena assim.
Um autor de que gosto muito, em um livro em que fala sobre onde colocamos nosso tesouro, fala de um certo tipo de pessoas que, por puro senso de sobrevivência, se dedicam a um estilo de vida comprometido com o próximo tanto em suas vidas pessoais quanto em suas nações. Essas pessoas, diz o autor, descobriram que uma vida centrada no eu causa doenças, acaba com a alegria e fomenta neuroses. Poderia haver algo mais de verdade? Eu acrescento que a vida centrada no eu milita contra a perfeição e contra a excelência. Por quê? Porque, centrados em nós mesmos, estamos sujeitos a nosso coração enganoso e a nossas mudanças de humor e a nossas variações de prioridades. Centrados em nós mesmos, colocamos baixo preço, monetarizado, naquilo que fazemos e em quem somos.
Assim, eu, agora, só vejo um caminho para a excelência: abandonarmos o eu e nos apegarmos aos mandamentos de Deus e aos exemplos de apóstolos, servos e profetas.
Se você conhece algum outro caminho, me ilumine e me ajude a achar a excelência do meu ser.

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