sexta-feira, 23 de abril de 2010

Graça vs. Vida

É famoso o verso bíblico em que se diz: "A tua graça é melhor que a vida". Foi Davi quem disse isso. Ele,que se rendera a Bateseba e matara Urias, experimentou a graça que foi Salomão.
A verdade é que, muitas vezes, soa estranho, soa fanático e soa difícil-de-dizer, verdadeiramente, que a graça de Deus é melhor que a vida. Mas é verdade.E por algumas razões bem simples da quais a vida e não a graça nos faz esquecer.
A primeira razão que quero mostrar é a eternidade e a finitude. Salomão, porção de graça, escreveu que Deus pôs a eternidade no coração do homem. Como acho que já trabalhei em algum outro texto nesse blog, é o fator eternidade em nossos corações que nos faz viver a vida de uma forma trágica, porque a vivemos como se fosse eterna, e ela não é. Vivemos a vida eternizando sofrimentos e alegrias, as quais, não sendo eternas, resultam em sofrimento eternizado ou prolongado. A vida é finita. Já a graça, é eterna!Ela não acabará ao morrermos e sermos enterrados. Continuará, eternamente...
Além disso, quando olho pra vida, o que vejo de bom nela, é fruto da graça. É a graça se manifestando que faz voluntários se dedicarem a pobres, que leva bombeiros a resgatarem feridos, mulheres a terem filhos e os amamentarem em meio à dor, homens e mulheres se amarem verdadeira e libertadoramente. A vida, por sua vez, vida em si, nos lembra de nossa finitude e leva o corpo, e por vezes a alma, a atitudes imorais para não se extinguir. A vida causa escravidão, gera exploração para benefício próprio, gera pedofilia, traição, assassinato,paixões escravizantes...
A graça perdoa. Dá segundas e terceiras chances.A vida condena, sem direito a defesa.
A graça esquece. A vida lembra todas as noites e todos os dias.
A graça está além de nós. A vida, limitada a nós.
A graça pacifica e gera sonhos. A vida amedronta e sepulta sonhos.
A graça abre olhos, corações, casas, peitos e sorrisos. A vida, por sua vez,nos torna míopes e, por vezes, cegos mesmos. A miopia da vida nos dificulta a ter o olhar genúino que a graça merece, para ser vivida em seua plenitude. A miopia da vida nos cega para que não vejamos nada além dela mesma, nos cega para que não vejamos que até mesmo em si, o que há de bom, é fruto da graça. A vida mente... e nos engana dizendo que a graça não é melhor que a vida.

Graça e vida, na graça!

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