sábado, 11 de dezembro de 2010

A esposa mais completa

Uma boa esposa tem dentro de si uma diversidade de pessoas.Incrível o quanto H significava para mim.Ela era minha filha e minha mãe, minha aluna e minha professora,minha subordinada e minha chefe.Era minha camarada confidente,amiga,companheira;tudo isso misturado.Minha amante, mas ao mesmo tempo tudo que qualquer amigo (e tenho excelentes amigos) jamais foi para mim.Quem sabe até mais. Se não tivéssemos nos apaixonado ainda assim ficaríamos sempre juntos-o que seria um escândalo.Foi isso que quis dizer quando a elogiei uma vez por suas virtudes masculinas.Mas ela logo foi dando um basta nisso, perguntando como eu me sentiria se elogiasse minhas virtudes femininas. Esse foi um belo contragolpe,querida.
[...]
Salomão chegou a chamar a sua noiva de irmã. Poderia uma mulher ser uma esposa completa, sem que,num momento específico de bom humor, um homem se sinta inclinado a chamá-la de "irmão"?


Esse é um trecho do livro "A grief observed", de C. S. Lewis, em que ele lamenta a perda de sua esposa Joy. Li outro dia e lembrei-me de muitas coisas: de uns diálogos, de uma amiga. Não há muito o que acrescentar. Apenas minha alegria por provar-me ao mesmo tempo errada e certa. Errada por ver que um homem pode amar uma mulher como mulher e como amigo ao mesmo tempo, o que antes me confundia e incomodava. Certa por ver que, acima de tudo, um casamento deve ser uma amizade simultaneamente profunda e boba, o que sempre quis pra mim.
Lembro-me de outra citação a esse respeito, não me lembro de quem, que dizia o seguinte:"Case-se com uma pessoa com quem você goste muito de conversar, porque depois de uns anos o sexo acaba e o que resta é a amizade."
C.S. Lewis um dia foi agraciado pela presença e companhia de sua esposa-amiga, a quem carinhosamente chamava Joy, ou alegria.Quero eu receber tamanho presente também: de ter e de ser joy!