terça-feira, 31 de março de 2009

Compaixão

Hoje me disseram a seguinte frase:
" Se quer ser feliz, tenha compaixão. Se quer fazer os outros felizes, tenha compaixão."
Aiaiaiaiaia. Esse negócio é difícil né?!
Hoje a última coisa que consigo é ter compaixão.
Então, não me espere para fazer você feliz!
E vá viver o amargor que lhe cabe na vida!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Solidão

Fazia tempos que ela não passava por dias assim. Desde que tudo lhe acontecera, estivera mergulhada num mar de atividades sem fim, de preparativos, aulas, novos empregos e de tempo pros outros mas não pra si. Então tudo se encaixava e parecia sorrir-lhe, como se nada lhe faltasse no coração. Também tinha lá suas novidades que preenchiam um pouco certos vazios.
Mas daí, de repente, ela dormiu demais, sonhou demais e acordou, num dia, sem deadlines a cumprir e sem outras pessoas em quem pensar. Então lhe voltaram aquelas lembranças, daqueles dias, das vozes que ouvia e que não ouve mais, das possibilidades que existiam e que não existem mais.
Fazia tempos que ela não recebia a visita de fantasmas e da desilusão. Há muito ela não recebia em casa, assim bem íntima mesmo, uma companheira que lhe sussurrava palavras doloridas, realidades que ela era incapaz de mudar e que desmantelava seus castelos de areia.
E num domingo de outono,que parecia não guardar-lhe nenhum segredo, vieram a dor, a desilusão e a solidão para atormentar-lhe o viver.

Um dia, de tanto bater sozinho, esse meu coração ainda para!

sábado, 28 de março de 2009

O governo e o air bag

Já faz até um tempinho que não escrevo nada aqui, mas achei que uma das últimas demonstrações de cuidado com a população brasileira merecia um tempo meu. Nossos parlamentares são tão cuidadosos e preocupados com nossa segurança física que aprovaram uma lei segundo a qual a partir de logo em breve todos os carros devem sair das montadoras com air bag para o motorista e para o carona. É realmente de se admirar!!!!!!!!! Depois há quem critique os políticos brasileiros...
Bom mesmo de lembrar é que esses mesmos parlamentares puseram um fim ao IPI e são alvo de um negócio chamado lobby. Continuem mesmo a criticá-los, pois a aprovação de uma lei como essa, num país que não garante nem segurança alimentar a sua população, só pode ser resultado de um grupo pequeno de representantes de montadoras que diminuíram seus lucros com o fim do IPI e procuraram nossos sábios e verdadeiros representantes à procura de uma ajuda.
Como deputados e senadores são muito preocupados com a segurança do brasileiro comum, surgiu a lei do air bag. Assim, nós ficamos mais seguros, contimuamos pobres, as montadoras garantem seus lucros novamente, já que com o air bag o preço do carros sobe mesmo sem o IPI, a poluição sonora e visual aumenta em nossas cidades, os pinguins agradecem porque vão poder tomar um sol e se bronzear do outro lado do mundo e nossos representantes... ah, eles se sentem heróis porque fizeram bem pra toda a humanidade.
Esse governo é mesmo de se tirar o chapéu!!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Fim de noite

Eu vou dormir triste.
Reli tanta coisa doída hoje.
Ah, Deus!!!!!!!!!!
É por isso que às vezes eu penso que a ignorância e o esquecimento são dádivas divinas.
Deixa tentar dormir e sonhar com dias melhores.

Saudade 2

Sem ordem,
Sem preferência,
Cada um por seu lugar em mim,
De todos, queria estar mais perto:
Nena, Tuca, João, Marcella, Giovanna, Alexandre, Lella, Paulo, Renata, Edmo, Carlos Jr., Adriana, Matheus, Declan, Carol, Maria Luíza, Lili, Rafael...
E como diz a Ana Carla: e tendo cada qual, de meu amor, o sabor doce ou amargo de ter me cativado.
E tendo eu, de meu amor, o sabor doce e amargo de ter me deixado cativar.

terça-feira, 24 de março de 2009

Dois diálogos ordinários mas memoráveis

" -O que você sente: tesão ou encanto?
- Nenhum dos dois. É paixão."



" -Fica se fazendo de racional, mas no fundo, claro que sente!
- No fundo não, é no raso mesmo."


E eu de cá, ouvindo, rindo e chorando.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Eu e o espelho

Se me perguntassem hoje quem eu sou, eu diria: única. Querendo com isso dizer... Estou só. Carente. Descrente.Sofrida.
Só em meu desejo de chutar paredes e gritar pelas ruas.
Carente de você.
Descrente de palavras.
Sofrida de escolhas que me roubam tesouros e me deixam o nada.
Única na compreensão inteligível do meu ser.

domingo, 22 de março de 2009

Saudade

Sinto tanta saudade que ela não cabe no peito: vira música, lágrimas, sorriso, sono e sonhos.
Saudade de barulho em casa, risadas, ventilador ligado e piadas.
Saudade de silêncio também.
E de abraços, beijos, conversas.
Até de neve me dá saudade...
O pior não é a saudade em si, mas a inércia que a acompanha. Se quando eu sinto saudade ao menos pudesse encurtar distâncias e mover o tempo...
Assim o coração não aguenta... e um dia, de tanto bater, ele vai parar!

SOBRE DEUS E AS CRIANÇAS

Existe um questionamento em mim. Não apenas um, mas especialmente um, ultimamente.
É um mistério paradoxal as palavras do salmista e repetidas por Jesus que dizem que da boca de pequeninos e crianças de peito Deus tira o perfeito louvor.
Como pode tal coisa? Afinal, louvor não é o engrandecimento e reconhecimento da pessoa de Deus? Muitos podem pensar, sim, e isso não tem nada de paradoxal. As crianças são ingênuas, humildes, dependentes e por isso delas veem elogios perfeitos a Deus.
Mas eu me pergunto: como delas veem elogios perfeitos sobre o Ser se vivem centradas em seu próprio ser? Sim, um dos grandes marcos da infância é o desconhecimento do mundo e a centralidade do eu. E, obviamente, a maturidade se caracteriza pela existência da percepção sobre os outros como iguais e não como seres que existem para nosso prazer.
É daí que vem meu questionamento: se as crianças só veem a si mesmas, a seus umbiguinhos e a suas necessidades e desejos, como podem louvar a Deus perfeitamente? Como, se em suas vidas Ele não é o centro?
Eu juro que queria entender, pra não querer deixar de ser criança jamais!

sexta-feira, 20 de março de 2009

A vida

Ela anda corrida. É trabalho cedo, escola à tarde, escola à noite. Daí sobra um tempinho pra conversar com algumas pessoas que eu gosto. E então, eu tinha que dormir, mas nem sempre isso acontece. O corpo pede um pouco mais de calma, mas a mente não para. Viaja... vai pra Campinas, pro Setor Bueno, pro andar de baixo. Vai até pra mais longe, bem mais longe, por vezes onde ela não deveria ir, e eu não consigo pará-la.
Mesmo assim, quis arrumar um tempo pra escrever sobre como ela anda. Em meio a tanta correria, sou constantemente surpreendida por pequenas alegrias que alimentam meus dias. São sorrisos não pedidos, abraços calorosos, um "amocê, tá?!" da Malu, feedbacks positivos no CEI, mais responsabilidade, elogios na Wizard, uma conversa que me fala de irmãos felizes, e amizades alimentadas por msn. Pequenas coisas que aquecem o coração.
Outro dia escrevi em algum lugar que estava muuuuuuuuuuuuuuuuito feliz e muitas pessoas nem entenderam por que, não esperavam por isso. Nada demais aconteceu: não ganhei na mega sena, nem dei à luz um filho. Não mudei o mundo e nem estou vivendo um grande amor.
Mesmo assim, tô sim muuuuuuuuuuuuuito feliz. A vida está leve e por isso está alegre.
Ela não me antecipa mais um futuro que desconheço e não revive um passado doloroso. E ela me diz agora que nem tudo é tão ruim quanto eu imaginava e que na verdade, muita coisa é bem melhor do que eu imaginava.
A vida me diz agora que saudade é bom de se ter, mesmo que não se possa expressar e baní-la. E que viver é a melhor das opções.
Um grande sorriso!!!!!!!!!!!

domingo, 15 de março de 2009

14/03/09

Estava escrito: seria um dia histórico.
Mas amanheceu com cara de dia normal. Sábado ensolarado em Goiânia, café da manhã em família, aulas, risos, problemas com alunos.
Entardeceu num salão, com barulho de secador ligado, cheiro de maquiagem misturado com esmalte, sorrisos num rosto feliz e borboletas no estômago.
Anoiteceu com músicas suaves, belas palavras, branco e verde, copos de leite com orquídeas, doces saborosos, comidas exóticas, fotos e mais e mais sorrisos. Agora em meio a lágrimas.
Terminou com a gente dormindo em casa, só cinco agora, e ela em outro lugar, começando uma nova vida, feliz da vida! Terminou com a gente feliz daqui e eles feliz de lá, todo mundo feliz pela mesma coisa, porque Deus amou e agora nós nos amamos. E porque Ele tem sonhos, caminhos e pensamentos que são mais altos que os nossos.

Mente sem fronteiras

Outro dia assisti a um comercial na TV que está, definitivamente, entre meus favoritos. http://www.youtube.com/watch?v=x0O_ZZ_e4wA
O conteúdo desse vídeo é a ênfase em como as fronteiras do mundo estão se abrindo e como isso, de certa forma, é inútil a uma mente estreita.
Por um lado, isso é realmente verdade e nos faz preocupar em ter uma mente sem fronteiras, que busca novas informações e novos conhecimentos. Ter uma mente sem fronteiras amplia nossa visão de mundo e nossa compreensão acerca da humanidade e de nós mesmos. O conhecimento proporcionado pode trazer curas, libertações de provincianismos e/ou misticismos infundados e muitos avanços tecnológicos sem os quais não seríamos capazes de viver atualmente.
Por outo lado, contudo, preocupa-me outra dimensão de uma mente sem fronteiras. Ter uma mente assim, pode significar ter uma mente sem limites e sem princípios. Preocupa-me a possibilidade, em certa medida já concretizada, de com isso criarmos seres humanos sem moral, que acham que tudo podem por seu bem-estar imediato.
São mentes sem fronteiras que matam dezenas em escolas norte-americanas e que desviam milhões de reais do governo. São mentes assim que desmatam a Amazônia insustentavelmente e que violentam crianças. Que arremessam mulheres pra fora de carros e crianças por janelas de prédios. Que traem, enganam, omitem e vivem o hoje, como se não houvesse amanhã.
A idéia das fronteiras é interessante e, a meu ver, até saudável. Fronteiras não tiram a liberdade, mas limitam a irresponsabilidade. Viver sem fronteiras, em última instância, é viver irresponsavelmente.
Acho que gosto mesmo é da parte do comercial que sugere que a mente não pode ser estreita. Mas com fronteiras definidas, que nos impeçam de destruir-nos e aos outros.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Aprendendo a Amar

Ela pedia a si e a Deus que amasse mais. Não entendia direito aquele sentimento tão propagado e o que as pessoas queriam exatamente dizer quando falavam que lhe amavam. E não sabia se amava e a quem amava.

Era ridicularizada por isso e muitas pessoas até duvidavam de sua verdadeira humanidade quando, humildemente perguntava: "O que é o amor?" Porque as pessoas olhavam pra ela e pensavam: "Que ser humano é esse que não sabe o que é o amor, o sentimento que nos distingue de outros?" E assim, não a entendiam.

E como se não bastassem a redicularização e o julgar dos outros, se estranhava a si mesma ao pensar: "Será que amo alguém?" E não compreendia direito como as pessoas diziam que se amavam e ao mesmo tempo se ardiam em ciúmes, não eram pacientes e não suportavam nada. Afinal, seu modelo de amor era esse, sem o qual nada seremos.

Até que um dia ela parou, olhou pra si e viu que gostava de alguém de um jeito diferente do que via ao seu redor. Depois de gostar muito tempo, ela viu que gostava e ponto. Não esperava muito em troca, ainda que sofresse por querer estar mais perto do que estava. Mas mesmo querendo estar mais perto, sabia que não podia prender a pessoa a si e nem forçá-la a algo que não queria. Era um bem querer desinteressado, capaz de sofrer e de rir pelo outro, tal como por si. E ela viu que gostava de alguém e que era ridicularizada por esse gostar, mas isso não lhe fazia eco, não lhe atingia, já que certa estava de seu coração e por isso mesmo, não tinha necessidade de se explicar, revidar ou exigir qualquer coisa. Tinha seu sentimento e isso era o suficiente para fazê-la feliz a maior parte do tempo.

E um tempo mais depois, ela viu também que tinha esse mesmo bem querer, esse gostar esquisito, não só por uma única pessoa, mas por outras, algumas, não muitas.

Daí, ela chamou isso de amor. E amou. E não parou mais de amar e de querer amar mais e a outras pessoas, com as delícias e dores que disso vinham.

Um dia ela pediu a si e a Deus que amasse mais e que entendesse de amor. E depois de um tempo, ela começou a ter isso.

E hoje ela ama, despretensiosamente.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Desabafo

Eu tenho estado impressionada com a facilidade que as pessoas teem pra falar da vida dos outros. Com bastante frequencia me vejo em uma círculo de amigos ou inimigos em que o assunto principal ou mesmo secundário são outras pessoas que ali não estão.
Durante muito tempo, confesso, eu mesma fui assim. E confesso também que até hoje, às vezes, me vejo falando das pessoas ou sobre as pessoas.

No entanto, acho que sábios mesmo são os ingleses que falam da weather, em detrimento de outrem e de si. São reservados demais para falarem de si e egoístas demais para falarem dos outros. Então, comentam se o dia está quente, frio, nublado. Se haverá neve ou se tirarão os biquinis dos guarda roupas, o que quase nunca acontece. De qualquer forma, aquele povo se preocupa mais com o aquecimento global que com pequenos acontecimentos nas vidas das pessoas que os cercam. E eu invejo isso.

Sobre isso, penso também: caso o clima seja um assunto enfadonho, porque não falar de culturas, fatos bestas do dia a dia, problemas ambientais, políticos, viagens...porque não falar sobre Deus e sobre si mesmo? Mas não, as pessoas adoram ( nesse aspecto) as outras pessoas.

Além disso, tenho também a impressão de que as pessoas que conversam sobre outras, pelo simples fato de conversarem, é porque teem medo de, em suas conversas, olhar pra si mesmas e de se encontrar.

Leitor amigo, caso sua vida esteja assim, tão desinteressante, chata e monótona, ocupe-se em torná-la mais atraente! Ocupe-se em achar novos e frutíferos assuntos! E em recheá-la de cor e sabor! Assim, sua vida e seus relacionamentos deixarão de existir à sombra dos outros! E com o tempo verá que é bem mais interessante viver sua própria existência e deixar que os outros vivam as suas.

quinta-feira, 5 de março de 2009

A Deus, meu desconhecido

Mais uma vez, antes de continuar, olho para Você! Olho, na maioria das vezes, com olhos desconfiados e com palavras eloquentes, mas por vezes vazias de significado.
E agora, com o resto de sinceridade que há, converso com você, que desconheço, mas que sou levada a servir e a querer conhecer.
Sirvo imperfeitamente e por vezes, desonestamente. E sigo querendo conhecer.
Você me diz que ama, mas eu não acredito. Eu posso até falar disso, mas não encontro liberdade em Seu amor. Dou lugar a meus medos e não acredito que Você é bom.
Eu olho pra Você e sou vista. Vejo minhas tentativas de escambos diários. E, como se assim pudesse, tento manipulá-Lo, convencê-Lo de minhas razões fúteis e de minhas desculpas descabidas, esquivando-me de minhas responsabilidades.
Por Você e pra Seu prazer, eu queria esquecer-me e ver as pessoas e por elas viver. E por isso também queria querer o queVocê quer e me despir do falso controle que tenho sobre minha vida, me rendendo. Mas faço isso por mim e não por Você, pra que Sua voz possa me chamar.
E de Você, que sei nunca posso esconder, fujo, por não me preocupar com Seu coração. Minha reputação ameaçada recebe minhas lágrimas, mas Seu coração ferido, não.
E com tamanha facilidade esqueço-me que se Você quisesse, Deus, você pensaria em Si mesmo, como eu tanto faço, e deixaria a humanidade esvair-se.
Mas esqueço também que Você não é da mesma natureza que eu. Não é vazio e mau e não procura punir os que não te satisfazem, como eu. Eu esqueço que você é nobre, não pensa só em Si, não escamba e não manipula.
Olho pras pessoas ao redor e vejo flashes de seu Ser.Olho pra mim e Te vejo gritando gritos sufocados em meu interior pra que eu possa Te ouvir. Olho pra água, pro vento, pras flores e pros animais e, algumas vezes, eles refletem sua beleza. E esses flashes, e gritos sufocados, e reflexos esporádicos me transmitem um quê de esperança e de paz. Eles fazem-me crer que posso conhecê-Lo e sentir na alma ecoar Seu amor, banindo o medo. Eles me lembram que você É e que isso é o que verdadeiramente me basta.
Por isso, Deus, mesmo temendo-O, não desisto de torná-Lo meu conhecido.
E Porque Você É, e porque é Verbo e tem em Si todos os verbos que preciso, não desiste de ser por mim conhecido.